A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo recebeu do Ministério da Saúde, em 2023, 1,06 milhão de doses de vacina contra o HPV. Desse total, foram aplicadas, até maio, 315.703 doses. Este número corresponde a um terço do estoque de vacinas à disposição do estado.
De acordo com a infectologista pediátrica Cristiana Meirelles, da Beep Saúde, alguns mitos ainda pairam em torno do HPV, como em relação à vacinação ser indicada apenas para pessoas sexualmente ativas e de que o uso do preservativo durante a relação zera o risco de contrair o vírus.
Abaixo, a médica explica os dez principais mitos e verdades em relação à doença:
1) A transmissão do HPV (Papilomavírus humano) se dá apenas com penetração. MITO
A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.
2) Tem diferença no grau de proteção entre o preservativo feminino e masculino. VERDADE
As camisinhas masculinas são mais eficazes em prevenir uma gravidez: esse preservativo tem uma taxa de proteção de cerca de 2 gestações por 100 mulheres durante o período de um ano, quando usado corretamente. As camisinhas femininas podem ainda ser a melhor opção para algumas pessoas. Elas reduzem o risco de infecções, incluindo o HIV, quando usadas corretamente em todo ato sexual.
3) Se a pessoa usar preservativo, ela não tem chances de contrair HPV. MITO
O uso da camisinha consegue proteger em até 70% o contágio do HPV.
4) O HPV pode ser transmitido no parto. VERDADE
O HPV pode ser transmitido no parto vaginal, podendo causar na criança uma doença chamada papilomatose laríngea.
5) O HPV atinge mais homens do que mulheres. MITO
Existem cerca de 50% de homens e mulheres com vida sexual ativa que apresentam algum tipo de infecção por esse vírus, o que transforma o HPV em um grave problema de saúde pública. A infecção pelo HPV no homem não é tão preocupante quanto na mulher porque o índice de câncer peniano e sua relação com o HPV é muito baixo.
6) Se a pessoa contrair o vírus, necessariamente vai apresentar sintomas. MITO
A pessoa pode se manter assintomática ao se infectar com HPV, sem apresentar qualquer queixa. No entanto, pode também apresentar verrugas genitais (condiloma acuminado) e, mais gravemente, lesões pré-neoplásicas e alguns tipos de câncer como de colo uterino, vulva, vagina, anus e orofaringe.
7) O HPV tem cura. VERDADE
O HPV costuma curar-se espontaneamente em 80% a 90% dos casos. Após 1 ou 2 anos, o sistema imunológico da maioria das pessoas é capaz de destruir o HPV e eliminá-lo por completo do nosso organismo. As lesões provocadas pelo HPV, sejam elas verrugas ou neoplasias do colo do útero, têm cura através de tratamento médico.
8) A vacina do HPV é só para pessoas sexualmente ativas. MITO
A vacinação é indicada para mulheres e homens de 9 a 45 anos, preferencialmente até antes do início da vida sexual e do contato com qualquer HPV.
9) A vacina contra HPV é segura. VERDADE
As vacinas contra o papilomavírus humano (HPV) são seguras e eficazes e ajudam a proteger de uma das principais causas de morte de mulheres nas Américas, o câncer de colo do útero.
10) A vacina protege contra os dois principais tipos da doença. VERDADE
A vacina distribuída pelos SUS (Sistema Único de Saúde) é a quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), que abrange os dois principais tipos responsáveis por câncer de colo do útero e aqueles responsáveis pelas verrugas genitais.
Já a vacina disponível na rede privada, a nonavalente (Gardasil 9), protege contra os mesmos subtipos da quadrivalente e mais outros cinco com potencial de causar câncer, que são 31, 33, 45, 52 e 58.
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Fonte: Mulher