Quais as diferenças entre reprodução assistida e fertilização in vitro? O tratamento de reprodução assistida (TRA) é a especialidade ginecológica que cuida dos pacientes que apresentam infertilidade ou têm alguma dificuldade para engravidar espontaneamente.
Segundo Luciana Delamuta, médica, ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana, é caracterizada por um conjunto de técnicas médicas para auxiliar a reprodução humana, como inseminação intrauterina e fertilização in vitro (FIV). A inseminação intrauterina envolve a introdução direta de espermatozoides no útero da mulher para fertilizar o óvulo dentro do corpo.
Já a FIV é um processo em que a fertilização ocorre em um laboratório, onde o óvulo é fertilizado por um espermatozoide fora do corpo, e os embriões resultantes são posteriormente implantados no útero.
Reprodução assistida ou fertilização in vitro: indicações
De acordo com Delamuta, a reprodução assistida é adequada para “casais que apresentam o diagnóstico de infertilidade, para casais homoafetivos masculinos e femininos, para mulheres que buscam a maternidade de forma independente e também para pessoas que apresentam histórico pessoal ou familiar de doenças genéticas, que podem ser transmitidas para a prole e visam diminuir esses riscos”, esclarece a ginecologista.
Já a FIV, por ser uma fertilização fora do corpo da mulher, precisa de alguns processos. É o que explica Delamuta: “Para esse tratamento, é necessário que a mulher passe por uma etapa de estimulação ovariana, com o uso de medicações (geralmente injetáveis), que vão estimular o crescimento dos folículos ovarianos (estruturas que contêm os óvulos). São realizados ultrassons para acompanhamento do processo e, cerca de 12 dias após o início das medicações, é realizada a aspiração dos folículos sob sedação.
É um procedimento rápido e minimamente invasivo, guiado por ultrassom. A equipe do laboratório irá analisar os óvulos aspirados e definir quais estão aptos para serem fertilizados. No mesmo dia, é realizada a coleta do sêmen do parceiro (ou utilizado um sêmen de doador). A fertilização acontece no laboratório e o desenvolvimento dos embriões é acompanhado por cerca de 5 a 6 dias para definir quais embriões são adequados para serem transferidos ao útero”, pontua.
Riscos da reprodução assistida e FIV
De acordo com Delamuta, os principais riscos envolvidos com a reprodução assistida estão relacionados à estimulação ovariana. “Dependendo da resposta dos ovários às medicações utilizadas, as pacientes podem apresentar a chamada síndrome de hiperestimulação ovariana, que leva à distensão abdominal, náuseas, vômitos, inchaço e, nos casos graves, pode ser necessária a internação para tratamento”, explica.
No entanto, ela ressalta que esses casos são raros. “Atualmente, dispomos de medicações mais seguras que são utilizadas durante o processo”, afirma. Além disso, a ginecologista obstetra destaca que também existem riscos relacionados ao processo de aspiração dos óvulos. “Isso pode acontecer caso não seja realizado por um profissional capacitado. A mulher pode ter sangramento e infecções. Porém, esses riscos também são baixos quando o procedimento é feito de forma adequada, chegando a ser menor que 1%”.
Com relação à FIV, os riscos incluem a hiperestimulação ovariana em resposta às medicações de estimulação ovariana, o aumento do risco de gravidez múltipla devido ao uso de múltiplos embriões, complicações cirúrgicas associadas à coleta de óvulos e à transferência de embriões, a possibilidade de gravidez ectópica (fora do útero) e efeitos colaterais temporários das medicações.
Benefícios da reprodução assistida
Ajuda casais com diagnóstico de infertilidade a realizar o sonho da paternidade;
Oferece opções de maternidade para casais homoafetivos masculinos e femininos;
Possibilita que mulheres que desejam ser mães de forma independente alcancem a gestação;
Reduz o risco de transmitir doenças genéticas hereditárias à prole;
Proporciona um acompanhamento médico especializado ao longo do processo.
Benefícios da fertilização in vitro
Maior taxa de sucesso na gravidez, especialmente em casos de infertilidade complexa;
Possibilita o uso de múltiplos embriões, aumentando as chances de sucesso em uma única tentativa;
Permite a seleção de embriões saudáveis antes da implantação, reduzindo o risco de doenças genéticas;
É uma opção para mulheres com problemas de trompas de Falópio obstruídas ou ausentes;
Proporciona um controle rigoroso do desenvolvimento dos embriões antes da transferência ao útero, aumentando a probabilidade de gestações bem-sucedidas.
Saiba mais sobre moda, beleza e relacionamento. Confira as notícias do iG Delas!
Fonte: Mulher