O filho do ex-presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL), se pronunciou sobre a informação de que o ministro da Justiça, Flávio Dino, entrará com um processo contra o parlamentar. Segundo ele, as acusações de racismo e quebra de decoro não aconteceram, dizendo que o processo trata-se de um “golpe baixo de quem não tem argumentos”.
A ideia do processo de Dino começou após o deputado afirmar, sem nenhuma prova, que o ministro tem “envolvimento” com o crime organizado, uma vez que possui uma agenda no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Flávio Dino repudiou as declarações do parlamentar, que associava os moradores da periferia ao crime.
Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro disse que “em nenhum momento [foi] racista”, explicando que “questionar presença de MJ em território dominado pelo tráfico sem forte aparato policial, sem imprensa, cuja notoriedade nas redes só foi dada depois, é dever do deputado”.
A declaração inicial de Eduardo Bolsonaro aconteceu na última quarta-feira (15), ao qual questionou o esquema de segurança da agenda de Flávio Dino no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O ministro da Justiça esteve presente no laçamento do boletim sobre violência, encontrando no local líderes comunitários.
Nas redes, Eduardo diz que Dino será convocado pela Comissão de Segurança Pública da Câmara para “explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca”.
O ministro chegou a responder Eduardo Bolsonaro no Twitter, dizendo que não tem “medo de milicianinhos”, escrevendo o seguinte texto no post: “soube que representantes da extrema-direita reiteraram seu ódio a lugares onde moram os mais pobres. Essa gente sem decoro não vai me impedir de ouvir a voz de quem mais precisa do Estado. Não tenho medo de gritos de milicianos nem de milicianinhos”.
Dino informou que chegou a cogitar não acionar a Justiça pelo ato, dizendo que Eduardo Bolsonaro “não merece muita atenção”. Mas ele acrescentou que após uma reflexão sobre a agressão de milhares de pessoas apenas “por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde”.
Em entrevista ao UOL, Dino diz que: “em 1º lugar, há racismo. Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial”.
Ele analisou ainda que há crimes contra a honra do ministro que estão sendo analisados para que haja provas das acusações. Ele completa dizendo que “essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos. Isso é execrável, hediondo, asqueroso. É inadmissível”.
Fonte: IG Nacional