As ações de impacto social são um legado dos pais de Emilia Rabello. “A minha mãe era socióloga e o meu pai, jornalista. O engajamento social sempre fez parte da minha vida. No jornalismo, vi a possibilidade de dar voz às comunidades, mas acabei seguindo carreira em publicidade e propaganda, onde desenvolvi o meu dom criativo e minha vocação empreendedora”, conta.
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Antes de fundar o Outdoor Social, a jornalista levava informações até as fazendas e cidades do interior do país usando um carro de som. Na Amazônia, as notícias navegavam até chegar às populações ribeirinhas através do “barco de som”, uma das suas invenções criativas.
Em 2009, após ler o livro “O Banqueiro dos Pobres”, do Prof. Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz em 2006 e criador do conceito de negócios sociais, Emilia encontrou inspiração para empreender. “Viajei até Berlim e depois para Amsterdam em busca da chancela do Yunus – e consegui – ele aprovou a minha ideia.”
Desafiada a criar uma solução em mídia nas favelas para a marca de telefonia Claro, Emilia subiu no morro da Rocinha, no Rio de Janeiro, para observar de perto formatos de comunicação e publicidade na comunidade. Inúmeras faixas de pizzarias foram identificadas. E em época de eleição, esses mesmos muros e fachadas eram disputados pelos posters dos candidatos.
“Enxerguei nesses formatos uma grande oportunidade. Imediatamente, iniciei o desenho do meu modelo de negócio e entrei em contato com parceiros estratégicos como as gráficas. Nascia o Outdoor Social”, recorda.
Mas apesar do entusiasmo, a empreendedora lembra que para ser aceita pelo mercado como uma ideia inovadora, o setor desconfiou e se questionou: será que ela sabe mesmo o que está fazendo?.
O fato de ser mulher também fez da sua jornada mais árdua. “Existiam poucas referências de mulheres líderes. Até mesmo no mercado publicitário onde o que prevalece é a criatividade, meus pares sempre eram homens. Cheguei até mesmo a me sentir excluída do clube, pois eu não conseguia participar de algumas rodas de conversa. Naquela época tínhamos que criar nosso próprio modelo. Hoje, nós, mulheres, estamos trilhando um novo caminho, diferente e certeiro.”
Com paixão – que segundo Emilia é a força motriz que anula o medo de arriscar e alimenta a perseverança –, dedicação 24/7 e muita criatividade, o Outdoor Social se legitimou e, agora com a nova marca NÓS, está concretizando ideias e transformando o mundo.
Balanço 2022
Só em 2022, o NÓS, o Novo Outdoor Social, concentrou esforços e investimentos próprios na transformação digital, na contratação de novos talentos e no desenvolvimento de novos produtos e fechou o ano com um crescimento de 60%.
Ainda no ano passado, administrou campanhas com alguns dos maiores anunciantes do país formada por 65 marcas dos mais diversos segmentos (Alimentos e Bebidas, Bancos, Fintechs, Produtos de Beleza, Entretenimento entre muitos outros).
Nesse cenário (2022), o negócio gerou uma renda na marca de R$ 3 milhões e impactou a vida de 12 mil moradores nas principais comunidades do país. Para 2023, a expectativa é alcançar 15 mil pessoas e movimentar R$ 4 milhões em impacto social em favelas e periferias. E em 2028, a previsão é aumentar esse valor para R$15 milhões, atingindo até 50 mil pessoas.
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Emilia, CEO do NÓS, o Novo Outdoor Social, espera dobrar de tamanho a cada dois anos até 2028. “Selecionamos a Pipeline Capital Tech para nos auxiliar na revisão do nosso plano de negócios. Com a definição desse planejamento, iniciaremos um processo de captação de recursos já nos próximos meses e assim teremos mais fôlego para alcançar um crescimento exponencial e atingirmos nossos objetivos.”
“O business plan deverá prever a utilização de capital próprio e recursos de terceiros totalizando aproximadamente R$10 a R$15 milhões até 2028. Tais investimentos serão direcionados para tecnologia, expansão contínua da operação e aumento da capilaridade”, revela a executiva.
Fonte: Mulher
