A Endometriose nada mais é do que uma doença caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. Estima-se uma prevalência de endometriose em 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Há cerca de 175 milhões de mulheres no mundo, sendo que 8 milhões delas estão no Brasil segundo uma pesquisa de 2018.
A chance de desenvolver a doença é 6 vezes maior quando há antecedentes familiares; é a principal causa de infertilidade entre as mulheres nos EUA; o tempo médio para diagnosticar a doença é de 10 anos; adolescentes com cólica incapacitante tem 75% de chance de já apresentarem a doença.
Existem várias teorias para as possíveis causas da doença, embora nenhuma delas conclusiva. O que se sabe muito bem, é sobre os transtornos que a doença causa. Durante o ciclo menstrual, devido às alterações hormonais, os tecidos endometriais que migraram para outras partes do corpo, se comportam exatamente como se estivessem no útero.
A cada ciclo essas inflamações podem aumentar resultando em cistos ou nódulos, e com o passar do tempo, podem gerar aderências, cicatrizes, unindo o tecido endometrial aos órgãos que estão ao redor a depender da sua localização. Isso causa dores severas, e que podem se tornar crônicas e incapacitantes.
A Endometriose é bastante difícil de ser diagnosticada, os sintomas não estão presentes em todos os casos, mas alguns podem dar pistas importantes. A fisioterapeuta pélvica Cristina Nobile elenca os sinais de alerta:
– Cólica durante a menstruação
– Dor na relação sexual
– Dores no meio do ciclo menstrual devido a distensão ovariana
– Cólicas difusas na região abdominal
– Dor na região pélvica
– Dor nas costas
– Dor nas pernas
– Dor no útero
– Náusea, vômito, dor de cabeça
– Sangrentos anormais durante ou fora do ciclo
– Dificuldade para engravidar
– Tendência a desenvolver doença autoimune
Quando a cirurgia acaba sendo a melhor solução, é o médico quem irá determinar qual a técnica que melhor atende essa paciente. A mais empregada é a Laparoscopia, aqueles furos na barriga e no umbigo, menos invasiva e que tem 2 funções, a de comprovar a existência da doença e a de eliminá-la. Em algumas situações, a indicação será a da Laparotomia, incisão maior no abdome com recuperação mais lenta.
Já numa fase mais avançada da doença, a cirurgia Robótica pode ser uma ótima opção, principalmente para casos onde o acesso aos focos de endometriose é mais difícil e delicado, porém o acesso a essa tecnologia ainda é restrito.
É importante salientar que mesmo para pacientes em tratamento medicamentoso, que não tenham indicação cirúrgica, as incapacidades e dificuldades podem estar presentes. Aliada à ginecologia, está a Fisioterapia Pélvica, que, segundo Cristina, irá atuar no manejo da dor, das restrições e incapacidades físicas dessa paciente.
“O foco na avaliação fisioterápica será o de observar o alinhamento postural e os padrões de movimento, do abdômen, dos membros inferiores, dos músculos e fáscias, além das queixas colhidas durante a anamnese”, afirma.
As técnicas manuais, de liberação miofascial, a Osteopatia são bastante interessantes e tem boa resposta no manejo. A eletroestimulação e o biofeedback são recursos importantes para o alívio da dor e para o ganho de propriocepção e coordenação, trazendo alívio e proporcionando maior qualidade de vida à essa mulher.
“A Fisioterapia pode ajudar a passar pelo tratamento ou cirurgia, contribuindo para maior conforto e menos dor”, finaliza a fisioterapeuta.
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Fonte: Mulher