A Justiça dos Estados Unidos condenou o ex-presidente Donald Trump por abuso sexual e difamação. Trump deverá pagar uma multa de no mínimo US$ 2,7 milhões por difamar a escritora e jornalista E. Jean Carroll, de 79 anos, além de uma multa de US$ 20 mil por abuso sexual. Com os danos compensatórios punitivos, ele deverá pagar mais de US$ 5 milhões à escritora.
O julgamento foi feito por júri popular, composto por seis homens e três mulheres, e demorou cerca de duas horas e meia.
Segundo o relato de Carrol, ela teria encontrado com Trump na loja Bergdorf’s, em Nova York, nos anos 1990. Ele estava comprando um presente para outra mulher. Nesse momento, Carroll teria aceitado ajudar o ex-presidente a escolher um presente, quando ambos olham para uma lingerie. A escritora diz que depois disso, Trump teria a levado para um camarim, empurrado a cabeça dela contra a parede e a estuprado. Carroll diz que não consegue lembrar qual a data exata que tudo aconteceu.
Foram ouvidas duas mulheres que afirmam ter sido agredidas sexualmente por Trump durante décadas. São elas a ex-repórter da revista People, Natasha Stoynoff, e Jéssica Leeds.
Stoynoff contou ao júri que o ex-presidente a encurralou e forçou beijos “por alguns minutos”. O caso teria ocorrido no clube Mar-a-Lago, na Flórida, no ano de 2005. A agressão teria acabado apenas quando o mordomo interrompeu. Já Leeds disse que Trump teria a beijado, apalpado e colocado a mão em sua saia. O ocorrido foi durante voo, em 1979.
O júri levou em consideração um vídeo de Trump, veiculado em 2005, ao qual ele afirma que mulheres o deixavam agarrá-las. O vídeo em questão é nomeado de “Access Hollywood”. Já em outro vídeo, de outubro de 2022, Trump disse que “historicamente, isso é verdade, com estrelas… se você olhar para os últimos milhões de anos”. Ele negou qualquer acusação relacionado a má conduta sexual.
Carroll está sendo presentada pela advogada Roberta Kaplan, ao qual disse aos jurados que o vídeo de 2005 é uma prova da má conduta sexual do ex-presidente, bem como a agressão feita a escritora e a outras mulheres.
O julgamento federal começou no dia 25 de abril, é feito pelo juiz distrital Lewis Kaplan. O magistrado não possui qualquer parentesco com a advogada responsável por Carroll.
A escritora foi interrogada pela equipe jurídica do ex-presidente, que perguntou o motivo dela não ter denunciado à polícia anteriormente, e não ter gritado, fazendo questionamento sobre a veracidade do caso.
Entretanto, amigos de Carroll dizem que a escritora teria contado sobre o caso na época. Entretanto, ela teria pedido segredo de ambos os amigos, pois temia o empresário usasse a influência e riqueza para acabar com ela.
Segundo a escritora, as acusações de estupro contra o produtor Harvey Weinstein, em 2017, foi o que a motivou a quebrar o silêncio. A acusação veio enquanto Trump ainda era presidente.
Fonte: Internacional