Essequibo: Maduro decreta lei que cria província venezuelana na Guiana

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, promulgou uma lei que cria uma província venezuelana em Essequibo, território da Guiana. Houve ainda uma cerimônia para a assinatura do texto na noite de quarta-feira (3).

A lei foi discutida na Assembleia Nacional da Venezuela no final do ano passado. Naquele momento, o país realizou um plebiscito, que obteve 95% de votos favoráveis para o país incorporar Essequibo ao território da Venezuela.

A “Lei Orgânica para a Defesa de Essequibo” conta com 39 artigos, além da regulamentação a fundação do estado da “Guiana Essequiba”.

Maduro afirmou, durante a cerimônia, que a lei será cumprida ao “pé da letra” para defender o mapa da Venezuela internacionalmente.

“O tempo da dominação colonial, o tempo da subordinação na Venezuela acabou para sempre”, disse o presidente.

Além disso, Maduro disse que bases militares secretas do Comando Sul e da Agência de Inteligência dos Estados Unidos foram colocadas em Essequibo para atacar a Venezuela. Até o momento, o governo da Guiana ainda não se manifestou sobre o assunto.


Acordo entre Venezuela e Guiana

No fim de 2023, lideranças dos dois países se reuniram para assinar um acordo que proíbe ameaças e o uso da força na questão que envolve Essequibo .

Ademais, eles acordaram que irão buscar coexistência pacífica e unidade da América Latina e Caribe; que estão cientes sobre a controvérsia envolvendo a fronteira e a decisão do Tribunal Internacional de Justiça; vão dialogar sobre as questões; não promover a escalada do conflito; criar uma comissão conjunta com ministros das Relações Exteriores para tratar do que já foi firmado em acordo.

Entenda a disputa

O território Essequibo, também chamado de Guiana Essequiba, é administrado pela Guiana e reivindicado pela Venezuela há mais de um século. Com cerca de 160 mil km², a área é rica em minerais e biodiversidade.

De um lado, a Guiana defende um limite estabelecido em 1899 por uma corte de arbitragem de Paris. Na ocasião, o Reino Unido (na época, a Guiana era colônia do país) saiu em vantagem sobre a posse do território, o que desagradou a Venezuela.

Do outro lado, a Venezuela defende o Acordo de Genebra de 1966, que estabelece bases para uma solução negociada e não reconhece o acordo anterior, anulando-o.

Foi em 2015, porém, que a situação voltou a ser pauta quando a empresa petrolífera estadunidense ExxonMobil passou a explorar a região. A área é rica em petróleo e companhia encontrou diversas reservas.

Desde então, a Guiana despontou na exploração de jazidas de petróleo, mudando a economia local. Somente no ano passado, a economia do país cresceu 62%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), representando a maior taxa do mundo.

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Fonte: Internacional

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