A perda de alimentos, que está presente nas fases de produção, armazenamento, embalagem e transporte, e o desperdício, que ocorre nas etapas de varejo e consumo, tem consequências ambientais e sociais. Preocupado com a questão, o Governo Federal, aliado às entidades parceiras públicas e privadas e ao terceiro setor, definiu a Estratégia Intersetorial para Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos no Brasil, que será instituída via decreto presidencial.
Para explicar o tema, o Fala MDS desta sexta-feira (25.04) recebe a coordenadora-geral de Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional, Priscila Bochi. “Com esse desperdício, você deixa de alimentar algumas pessoas e também pode ter impacto nos preços e no acesso dos alimentos de forma geral”, assegurou a coordenadora.
A problemática ocorre, de acordo com Bochi, por conta dos longos circuitos desde a produção até o consumo dos alimentos, especialmente num país com dimensões continentais. “De onde sai o produto até onde ele é vendido, isso pode acarretar perda e desperdício”. Outra situação é a avaliação dos produtos, que muitas vezes são rejeitados pelo mercado por estarem ‘fora do padrão estético’ de venda.
A Meta 12.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU busca reduzir pela metade o desperdício alimentar até 2030. Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em 2023, o desperdício de frutas e hortaliças no varejo nacional somou cerca de R$ 4,1 bilhões.
Já o desperdício global, pode ter atingido 1 bilhão de refeições por dia em 2022, segundo o relatório mais recente do Índice Global de Desperdício Alimentar, divulgado pelo Pnuma. As famílias foram responsáveis por 60% desse total, gerando em média 79 kg de resíduos per capita por ano.
Segundo Priscila Bochi, além da questão alimentar, o Governo Federal tem discutido o assunto também pelo ponto de vista ambiental. “A segunda Estratégia Intersetorial está mais robusta, mais potente. Ela tem um plano de trabalho, que leva em conta não só essas fases da cadeia alimentar, da produção ao consumo, mas também vem com um forte componente da questão climática”, explicou.
O desperdício de alimentos contribui entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, agravando as mudanças climáticas, enquanto cerca de 733 milhões de pessoas ainda enfrentam a fome. “Hoje tem uma quantidade muito grande, no Brasil, de alimentos que são jogados em lixões ou em aterros sanitários. Isso provoca emissão de gases de efeito estufa, o que contribui para o aquecimento global”, detalhou Bochi.
O apoio significativo das Centrais de Abastecimento (Ceasas), a atuação de organizações não governamentais que buscam evitar o desperdício de produtos, o trabalho dos mais de 300 bancos de alimentos espalhados pelo país e iniciativas como a doação de excedentes por parte do setor privado também são abordados no podcast.
Podcast
O Fala MDS tem episódios semanais, publicados às sextas-feiras, e está disponível nas plataformas Spotify, Amazon, Deezer, Apple Podcasts e SoundCloud. O podcast também é distribuído às rádios de todo o país que queiram veiculá-lo.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome