Ginecologista explica como funciona o parto cesárea

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Ginecologista explica como funciona o parto cesárea
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Ginecologista explica como funciona o parto cesárea

A cesárea, ou parto cesariana, é considerada um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos da humanidade. Hoje é a cirurgia mais realizada em mulheres – no Brasil, ela corresponde a aproximadamente 55% dos partos. É a segunda maior taxa do mundo, atrás apenas da República Dominicana. Se considerarmos a realidade no sistema privado de saúde, a proporção pode chegar a 86% dos partos.

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No início, esse tipo de parto era utilizado para retirar o bebê da barriga da mãe em caso de morte, para que os corpos pudessem ser enterrados separadamente. Ao longo do tempo, conforme revela Dra. Annaíris Gonçalves, ginecologista, obstetra e membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), suas indicações foram se transformando.

“Há muitas razões que podem levar um médico a considerar a cesárea o procedimento ideal para determinado caso. Elas estão ligadas principalmente às preocupações com a segurança da mãe e do bebê, mas não se limitam a isso. As mulheres têm autonomia para decidir o que consideram mais adequado para seu corpo nesse momento tão importante”, revela a médica.

Dra. Annaíris detalha que a cesárea tem início na etapa de preparo, em que é realizada a anestesia. Nessa ocasião, a paciente recebe uma injeção de medicação na parte baixa das costas, com objetivo de reduzir a sensibilidade na parte de baixo do corpo. “A anestesia mais utilizada é a raquidiana, que é regional e reduz a sensibilidade à dor, mas mantém a mulher consciente durante o procedimento cirúrgico.

A mãe fica então acordada durante toda a cesárea, com um acesso na veia da mão ou do braço, para receber as medicações necessárias. “Depois, um corte é feito na parede do abdome (que pode ser horizontal ou vertical) e o bebê é retirado do corpo por meio desse corte”, diz a especialista. Ela lembra que, pela técnica tradicional, são realizados sete cortes: pele, gordura, fáscia muscular, músculo, peritônio parietal (colado embaixo do músculo), peritônio visceral (que reveste a parede do útero) e, por fim, o útero.

“O bebê então pode ser retirado pelo médico, que corta o cordão umbilical. Depois disso, a placenta é retirada e o útero limpo e costurado com um fio cirúrgico que é absorvido naturalmente pelo corpo”, detalha Dra. Annaíris.

Segundo ela, a cesárea possui muitos benefícios e em muitos casos pode ser imprescindível para salvar a vida da mãe e do bebê. “É um procedimento de baixo risco, porém é necessário compreender quando utilizá-la. Fazer o uso excessivo da técnica não traz benefícios para o mãe nem para o bebê, além de gerar desperdícios de recursos tanto financeiros quanto humanos”, pondera a ginecologista.

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Na opinião de Dra Annaíris, por se tratar de uma cirurgia de grande porte, é preciso traçar um cenário ideal. “Existem manuais para isso, com regras para se basear. Quem define a melhor indicação da cesárea é a ciência; mas os desejos da mãe também precisam ser considerados”. Segundo os últimos dados de 154 países, a taxa média global de partos cesarianas é de 21%. A projeção é que esse número chegue a 28% até 2030.

Fonte: Mulher

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