Guerra de Israel deixa 10 mil crianças palestinas órfãs, aponta ONU

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Palestinos observam área reservada para deslocados em Rafah que foi alvo de ataque
Eyad BABA

Palestinos observam área reservada para deslocados em Rafah que foi alvo de ataque

Um relatório interno da ONU enviado aos governos de todo o mundo revela uma situação alarmante em Gaza, com uma “escala sem precedentes de destruição e perda de vidas de civis” após mais de oito meses de guerra na região . A informação é da coluna do Jamil Chade, do UOL.

Com base nas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde em Gaza e fontes da coluna, a ONU estima que:

  • Mais de 5% por cento da população de Gaza foi morta, ferida ou está desaparecida;
  • Pelo menos 3.000 mulheres ficaram viúvas;
  • Pelo menos 10 mil crianças ficaram órfãs;
  • Mais de 17 mil crianças estão desacompanhadas ou separadas de suas famílias;
  • Mais de 1 milhão de pessoas perderam suas casas, quase metade da população de Gaza.

Desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ataques contra Israel, Gaza enfrenta uma crise humanitária severa. A retaliação israelense liderada pelo governo de Benjamin Netanyahu resultou no deslocamento quase completo da população de 2,2 milhões de habitantes do território palestino.

O levantamento, parte dos documentos compilados pela Coordenação da ONU para Assuntos Humanitários para um apelo internacional por recursos, revela a urgência da situação. A ONU estima que são necessários US$ 3,8 bilhões (R$ 19,7 bilhões) para o resgate dos palestinos. No entanto, mesmo após oito meses de conflito, apenas 27% desse valor foi recebido de doadores internacionais.

Segundo a ONU, a crise é ainda mais grave diante do colapso da ordem social em Gaza:

  • As crianças enfrentam situações cada vez mais perigosas em busca de alimentos, água e suprimentos essenciais.
  • Os riscos de violência de gênero aumentaram, com acesso limitado a serviços de apoio para sobreviventes e riscos crescentes para crianças, especialmente meninas com deficiência.
  • Há evidências preocupantes de “aumento extremamente preocupante de detenções em massa e arbitrárias”, levantando sérias preocupações sobre detenções incomunicáveis e desaparecimentos forçados.

Os especialistas da ONU alertam que esses dados reforçam a possibilidade de crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Gaza.

Após a determinação da Corte Internacional de Justiça na última sexta-feira (24) para que Israel cesse qualquer ofensiva sobre Rafah, no sul de Gaza, o informe destaca que os conflitos resultaram na morte de 250 palestinos e deixaram 829 feridos, além do falecimento de um soldado israelense. No total, mais de 36 mil pessoas foram mortas em Gaza e mais de 81 mil ficaram feridas.

O relatório da ONU chega num momento de intensa pressão internacional sobre o governo de Benjamin Netanyahu. Três países europeus devem começar a reconhecer o Estado palestino nesta terça-feira (28). Os ataques recentes contra um campo de refugiados geraram indignação mesmo entre aliados de Israel, como a França e a União Europeia.

Essa ofensiva ocorre enquanto tanto a Corte Internacional de Justiça quanto a procuradoria do Tribunal Penal Internacional insistem que os crimes em Gaza e em Israel não podem ficar impunes .

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Fonte: Internacional

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