O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elogiou nesta quarta-feira (24) o placar de aprovação do arcabouço fiscal , que foi aceito por 372 deputados, contra 108 votos contrários.
“Esse placar expressivo nos dá muita confiança de que a reforma tributária é a próxima tarefa a cumprir. O presidente [da Câmara dos Deputados] Arthur Lira deixou muito claro ontem no almoço que pretende votar a reforma tributária na Câmara no primeiro semestre”, disse Haddad. Ontem, o ministro se reuniu no almoço com Lira , o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os relatores do arcabouço fiscal e da reforma tributária, e representantes de setores da economia.
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Haddad acrescentou nesta quarta que a aprovação do arcabouço, somada com o avanço da reforma tributária no Congresso, vai “inaugurar um ciclo que vai ser muito promissor para o Brasil”.
“O que se notou ontem é que é possível, com um bom projeto, se angariar o apoio expressivo dos parlamentares. Nós estamos vendo que com bom senso, com diálogo, com disposição, o entendimento é possível. O Brasil precisa disso”, afirmou o ministro.
Aliados contra o arcabouço
Na discussão do arcabouço fiscal no plenário da Câmara nesta terça-feira, deputados do PT criticaram pontos do projeto, apesar do partido ter sido unânime em votar pela aprovação da regra fiscal. Além disso, o PSOL, partido que compõe a base aliada, foi um dos três que se posicionou de forma contrária ao texto.
Questionado sobre o tema, Haddad minimizou as divergências entre deputados do PT. “É natural, todo partido grande vai ter uma ou outra [divergência]. É natural que haja debate”, declarou.
O ministro voltou a elogiar a atuação do relator da matéria na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA). “Não é fácil conseguir um placar desse. Isso significa que o relator fez um grande esforço de encontrar um ponto de equilíbrio. E o ponto de equilíbrio, evidentemente, em um Congresso tão heterogêneo, vai acabar desagradando algumas pessoas”, completou.
Além do PSOL, os outros dois partidos contrários ao arcabouço foram o PL e o Novo. De um lado, o PSOL entende que o arcabouço fiscal limita investimentos em políticas públicas essenciais. Do outro lado, PL e Novo acham a regra fiscal muito flexível, permitindo gastos excessivos.
Em resposta a jornalistas, Haddad focou no isolamento da extrema direita, representada por PL e Novo. “Isso [diálogo do relator para atingir consenso] também não agradou a extrema direita, que ficou isolada. E isso é bom, que a extrema direita tenha ficado isolada e ele [Cláudio Cajado] tenha conseguido compor com um centro democrático, porque é aí que você vai construir as saídas”, disse o ministro.
Fonte: Economia