O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , rebateu uma declaração do deputado Lindbergh Farias sobre ao comparar a apresentação do novo arcabouço fiscal com um “pacto com diabo”.
Ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro disse não ser possível “agradar 100% das pessoas” e cobrou que o governo crie um“núcleo hegemônico” para “recolocar o Brasil numa trilha de desenvolvimento sustentável”.
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“Manifestações críticas e elogiosas vão acontecer em qualquer agremiação. Agora quem fala pelo Partido dos Trabalhadores é a sua Executiva, com todo respeito a vozes internas. Nada obsta a um deputado em exercício de seu mandato apresentar o seu projeto”, declarou Haddad –que trava um embate com uma ala mais à esquerda do PT, representada por Farias e pela presidente da Legenda, Gleisi Hoffmann.
Haddad disse ainda que não fez “pacto nem com A nem com B”.
“O que eu fiz foi fechar uma equipe técnica de altíssima qualidade, definir um desenho, levar esse desenho para pessoas tão diferentes quanto Esther Dweck [Gestão] e Simone Tebet [Planejamento], que pensam muito diferente, e falar com Ministério do Desenvolvimento, Casa Civil, presidente da República”.
Na quarta-feira (5), Farias, deu entrevista à Folha e comparou a apresentação do novo conjunto de regras fiscais com o “Grande Sertão: Veredas [livro de Guimarães Rosa]“: “Riobaldo tenta vender a alma ao diabo e o diabo nem responde. É mais ou menos o que está acontecendo com o arcabouço”.
Na declaração, Farias acusa o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de inércia quanto aos juros, mesmo após demonstração de responsabilidade fiscal do governo.
“A gente apresentou o arcabouço e eles nem se moveram. Mantiveram a projeção de juros”, disse à época. “Veja a última ata do Copom. Esses caras estão endurecendo muito. Uma tese que é clássica na esquerda é a seguinte: no momento que a economia está crescendo, você faz superavit. No momento que a economia desacelera, o investimento tem um multiplicador muito grande”, completou o deputado.
Fonte: Economia