O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno , cancelou sua ida à Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) da Câmara Legislativa do Distrito Federal sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro . O depoimento estava marcado para esta quarta-feira (19).
Em um ofício enviado à Câmara Legislativa, Heleno afirmou que cancelou sua ida para “não colocar mais gasolina” sobre o assunto. Como o ex-ministro do GSI foi apenas convidado para prestar depoimento, ele não era obrigado a comparecer à CPI.
A sessão desta quarta-feira foi cancelada pela presidência da comissão, comandada pelo deputado Chico Vigilante (PT). Ele informou não haver tempo hábil para o agendamento de outro depoimento.
O iG questionou o parlamentar sobre a possibilidade de refazer o convite ao general ou a possibilidade de convocar Augusto Heleno para depor. A reportagem ainda não obteve resposta.
A Câmara Legislativa apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que provocou a depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). Os parlamentares investigam a participação de policiais militares e uma possível conivência do governo do DF com os ataques.
Um dos alvos da CPI é o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso na carceragem da Polícia Militar do DF. Na época, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava nos Estados Unidos em férias com a família.
Ataques em Brasília
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília para o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.
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Fonte: Nacional