Hortas urbanas ajudam a empoderar mulheres em comunidade de São Paulo

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Hortas urbanas ajudam a empoderar mulheres em comunidade de São Paulo
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Hortas urbanas ajudam a empoderar mulheres em comunidade de São Paulo

Uma horta comunitária implantada na Brasilândia, zona Noroeste de São Paulo, tem servido de exemplo de como é possível unir a adaptação climática, a redução das desigualdades e ainda servir de espaço de inclusão e empoderamento de mulheres. Numa cidade como São Paulo, na qual as pessoas mal veem ou falam com o vizinho, estimular a convivência nesses espaços é uma forma de fortalecer os laços comunitários e até desenvolver projetos que tragam benefícios para a comunidade.

Esse projeto de empoderamento feminino ocorre na horta urbana desde 2017 e procura unir mulheres, despertando o cuidado coletivo. A ideia é capacitá-las para que consigam prover o sustento de suas famílias, já que a maioria é mãe solo ou tem a maior renda familiar da casa. À frente desse projeto, que já atendeu dezenas de mulheres do entorno ao longo de 30 anos, está Hilda Carolina, a coordenadora da horta da Vila Guarani. Ela mora na Brasilândia desde 1969 e dedica parte do seu dia para capacitar outras mulheres.

Além da sua importância de fortalecer a segurança alimentar do local e melhorar a permeabilidade do solo das cidades, esses espaços ajudam a estreitar laços com o local em que vivem e com a comunidade, criando a sensação de pertencimento verdadeiro. “Além disso, são locais de encontro de gerações, com crianças, jovens, adultos e idosos convivendo em harmonia para pensar em como melhorar a sua comunidade”, fala Hilda Carolina.

Outra função das hortas urbanas é mostrar que as cidades podem ser produtoras de alimentos e não só consumidoras, aproveitando espaços ociosos que, muitas vezes, viram depósito de entulho e lixo, juntam ratos e geram problemas de saúde pública. “Essas hortas são um bom exemplo de que a ociosidade de terrenos públicos pode se tornar uma solução de inclusão e melhoria de qualidade de vida para a comunidade”, diz.

Podem se transformar também em espaço de educação ambiental para crianças e jovens, com visitas programadas de alunos das escolas do entorno. “Ao mostrar imagens de um terreno em que era feito descarte irregular de lixo e foi transformado em horta urbana, que fornece alimentos frescos e mais saudáveis, ajudamos a criar consciência ecológica e aproximamos essas crianças da cidade e da produção da comida de verdade”, diz ela.

Mais soluções, menos problemas

As hortas urbanas também podem ser espaços de resgate de saberes ancestrais ao priorizar o cultivo de ervas da fitoterapia, plantas alimentícias não convencionais ou mesmo usar técnicas de cultivo que vieram de outras regiões do país com os migrantes.

Combater a crise climática com as hortas urbanas é uma realidade, pois esses espaços podem atuar como novas fronteiras agrícolas para a produção de alimentos, reduzindo a emissão pelo transporte para as cidades e, em vários casos, também as emissões dos resíduos, pois possuem espaços de compostagem.

Tudo isso, porém, está em risco pela falta de uma política pública para hortas urbanas. Na grande maioria dos casos, sua existência decorre de acordos verbais entre a comunidade e algum representante da área ociosa. Como não há formas de estabelecer acordos formais, a insegurança jurídica é grande e o risco de despejo é permanente.

A iniciativa das hortas urbanas na Brasilândia faz parte do Ecocidade – projeto do Instituto A Cidade Precisa de Você que nasceu em 2021, na Brasilândia, para promover a construção de resiliência sustentável da comunidade.

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Fonte: Mulher

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