Insegurança alimentar atinge um terço dos brasileiros, diz ONU

Economia

Quase 10% dos brasileiros passam fome
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Quase 10% dos brasileiros passam fome

A insegurança alimentar atingiu 70,3 milhões de brasileiros entre 2020 e 2022, de acordo com relatório de agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quarta-feira (12). O número representa cerca de um terço da população local.

Desse total, 21,1 milhões de brasileiros viviam em insegurança alimentar grave. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), insegurança alimentar é a falta de acesso constante aos alimentos, fazendo com que as pessoas reduzam ou cortem a alimentação; já a insegurança alimentar grave acontece quando as pessoas ficam sem comida e passam fome.

Na comparação entre o período de 2014 a 2016 e 2020 a 2022, o número de brasileiros em insegurança alimentar saltou de 37,6 milhões para 70,3 milhões; já o de pessoas em insegurança alimentar grave saltou de 4 milhões para 21,1 milhões.

Esses números significam que um terço da população brasileira vive em insegurança alimentar, e que 9,9% vivem em insegurança alimentar grave.

Fome no mundo

O período de 2020 a 2022 foi marcado pela pandemia de Covid-19 e, consequentemente, pelo aumento da pobreza. Os altos números de insegurança alimentar, portanto, não são exclusividade do Brasil. Globalmente, 735 milhões de pessoas passam fome, um aumento de 122 milhões desde 2019.

Segundo o relatório, os números globais da fome estagnaram entre 2021 e 2022, mas ainda há alguns locais nos quais as crises alimentares se tornam cada vez mais profundas, como a Ásia Ocidental, o Caribe e todas as sub-regiões da África. O continente africano continua sendo a região mais afetada do planeta, com uma a cada cinco pessoas passando fome, mais que o dobro da média global.

“A recuperação da pandemia global foi desigual e a guerra na Ucrânia afetou os alimentos nutritivos e as dietas saudáveis. Este é o ‘novo normal’ em que as mudanças climáticas, os conflitos e a instabilidade econômica estão empurrando os que estão à margem ainda mais longe da segurança”, afirma o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu.

Fonte: Economia

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