Israel teria decidido “adiar” a ofensiva por terra contra o grupo radical Hamas na Faixa de Gaza, enquanto aguarda a chegada de forças dos Estados Unidos à região.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23) pela Rádio Militar israelense, que disse que os EUA teriam indicado a intenção de reforçar sua presença no Oriente Médio “em vista da operação terrestre, por causa das ameaças do Irã de agir em várias frentes”.
Ainda de acordo com o veículo, outro fator que explica o adiamento é a presença de 350 mil civis palestinos no norte da Faixa de Gaza.
Israel ameaça iniciar uma incursão terrestre há cerca de duas semanas, em resposta aos ataques terroristas sem precedentes perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro, que deixaram cerca de 1,4 mil mortos, em sua maioria civis.
Por sua vez, as autoridades de Gaza contabilizam aproximadamente 4,7 mil vítimas nos bombardeios israelenses, sendo que menores de idade e mulheres representam mais da metade do total.
Enquanto isso, o posto de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito em Rafah registrou nesta segunda-feira a entrada de comboios com ajuda humanitária pelo terceiro dia consecutivo. Na noite do último domingo (22), o presidente dos EUA, Joe Biden, indicou que o fluxo de itens de primeira necessidade para a população do enclave palestino será “contínuo”.
Reféns – De acordo com Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), o Hamas ainda mantém 222 reféns – entre civis e militares – em Gaza, muitos deles com dupla cidadania.
Segundo o jornal The New York Times, o grupo fundamentalista poderia libertar 50 deles, com base em negociações entre os EUA e o Catar.
Para a comunidade internacional, a prioridade também é evitar que o conflito se espalhe pela região, em meio à crescente tensão entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah e seu principal fiador, o Irã.
“O risco de uma expansão do conflito existe”, disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em uma reunião da União Europeia em Luxemburgo.
“Todos nós estamos trabalhando na via diplomática para evitar o incêndio do Oriente Médio”, acrescentou.
O ministro ainda cobrou o fim do disparo de foguetes por parte do Hamas e alertou que Israel tem o direito de se defender, “mas de modo proporcional, sem atingir a população civil de Gaza indiscriminadamente”.
Fonte: Internacional