Líder da oposição na Venezuela, María Corina diz que pode “entregar as atas ao Brasil”

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María Corina encabeça manifestações na Venezuela
reprodução / Twitter

María Corina encabeça manifestações na Venezuela


Em uma entrevista ao GLOBO, a líder opositora venezuelana María Corina Machado comentou sobre a crise política na Venezuela após a recente eleição de julho, na qual Nicolás Maduro foi proclamado vencedor, mas com suspeita de fraude. Ela falou como o Brasil poder ter papel importante para acabar com o conflito e disse que seu grupo pode comprovar que houve manipulação na corrida eleitoral.

“Reconheço o esforço [do Brasil] e acho que é necessário que exista um espaço de mediação entre as partes para que a solução do conflito seja pacífica, e o mais rapidamente possível. O mundo inteiro sabe o que aconteceu em 28 de julho, houve uma vitória monumental das forças democráticas. Existe um genuíno desejo de mudança, porque Edmundo ganhou em todos os estados do país”, declarou.

“Ganhou em municípios nos quais o chavismo venceu nos últimos 25 anos, e desta vez nós ganhamos por ampla diferença. Tivemos uma organização da cidadania sem precedentes em nossa História. Graças a essa organização, temos provas irrefutáveis da vitória de Edmundo González, que estão disponíveis para o mundo inteiro. Maduro perdeu total legitimidade, e o mundo sabe disso. Para conter a repressão, a violência, e buscar um entendimento entre as partes, uma mediação e uma negociação são convenientes”, completou.

Machado criticou o governo Maduro e alega que a divulgação das atas pela pressão internacional revelaria a fraude. “Se o regime entregar agora as atas, por pressão internacional, entregará as provas da fraude. Serão atas falsificadas. Quem está contra a parede é Maduro, e ele se sustenta graças a um grupo reduzido de militares, é o que lhe resta. Essa cúpula militar está pressionando seus militares e também o Judiciário. Mas muitos estão resistindo”, acrescentou.

“Quero aproveitar para dizer que oferecemos a universidades do Brasil, institutos especializados, especialistas em temas eleitorais toda a informação que temos, inclusive contato com nossos técnicos e especialistas. É importante todas as vozes independentes, com credibilidade, que querem evitar uma escalada de um conflito violento da Venezuela, possam se envolver e contribuir para que a verdade prevaleça. E vai prevalecer. Não vamos desistir até que seja respeitada a soberania popular. A violência é provocada por Maduro. Hoje estamos unidos pela verdade inclusive com setores do chavismo, que não apoiaram a campanha de Edmundo”, pontuou.


Compartilhar informações

A líder opositora também destacou a disposição de compartilhar as provas da fraude com a comunidade internacional.

“Sem dúvida, a todos os governos do mundo. Está disponível. Temos as atas físicas, que obviamente estão protegidas. São documentos oficiais, originais, impressos pelas máquinas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e com assinaturas das testemunhas, membros de mesa e trabalhadores do CNE. Temos 83,5% das atas, e temos essas atas porque funcionários do CNE acompanharam nossa luta. Podemos entregar as atas eleitorais ao governo do Brasil, e a qualquer outro governo do mundo que quiser constatar a validade do que temos”, relatou.

“Que obriguem o regime a entregar suas atas. Essas atas seriam a prova da fraude, as nossas são a prova da vitória de Edmundo. O CNE tinha 48 horas, e os prazos venceram. Recorreram ao Tribunal Superior de Justiça e a uma sala eleitoral que não têm competência. O que estão fazendo é inconstitucional. A responsabilidade é do CNE”, concluiu.

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Fonte: Internacional

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