O Lipedema é uma doença crônica e progressiva que envolve o acúmulo anormal de gordura em algumas partes do corpo, geralmente nas pernas, coxas e, em alguns casos, nos braços. Esta condição é caracterizada por um aumento simétrico de tecido adiposo nessas áreas, resultando em uma aparência desproporcional entre o tronco e as extremidades inferiores. Recentemente a modelo Yasmim Brunet e Juliane Massaoka, repórter do Mais Você, revelaram sofrer desconforto por causa da doença.
Não há uma causa específica para o lipedema, normalmente, a condição está associada a fatores multifatoriais, a exemplo de predisposição genética, questões hormonais, inflamação e disfunção linfática a até fatores ambientais. Essa doença afeta predominantemente mulheres e costuma apresentar piora durante a puberdade, gravidez e menopausa. É comum o lipedema ser confundido com obesidade, no entanto, trata-se de uma condição diferente. Na maioria dos casos os pacientes não respondem bem a dietas e exercícios, pois a gordura acumulada é resistente à perda de peso.
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o lipedema como doença. No Brasil, cerca de 12,3% das mulheres. Dentre os principais sintomas da doença estão a sensibilidade à pressão ou dor nas áreas afetadas (mesmo com o toque leve), inchaço (edema) que pode piorar ao longo do dia, hematomas fáceis, pele sensível e propensa a infecções, entre outros.
O Dr. Luiz Calmon, ginecologista, médico da Clínica Elsimar Coutinho de São Paulo, reforça as características da doença. “É importante separar lipedema e gordura. São coisas distintas. Quando a pessoa está acima do peso, a gordura fica localizada no corpo inteiro. Já no caso do lipedema, a gordura fica concentrada, principalmente nos membros inferiores. É uma gordura que está acima do tornozelo, atingindo toda região da perna e panturrilha, diferente da gordura da obesidade”.
“O lipedema é uma gordura inflamada, uma celulite. Normalmente, a paciente costuma sentir um peso nas panturrilhas, podem aparecer marcas, placas avermelhadas ou roxas. Essa doença ocasiona uma certa deformidade no corpo da mulher e afeta a autoestima, explica o Dr. Calmon.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico do lipedema, geralmente, é baseado em uma combinação de exame físico e histórico médico detalhado. Não há cura definitiva para a doença, mas o tratamento visa controlar os sintomas. Isso pode incluir medidas como drenagem linfática, exercícios físicos específicos, cuidados com a pele e, em alguns casos mais acentuados, cirurgia para remoção do excesso de gordura (como a lipoaspiração).
Há também um exame específico para diagnosticar o lipedema, a linfocintilografia (exame de avaliação do sistema linfático).
O tratamento para o lipedema visa amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As principais orientações, incluem:
– Compressão graduada: o uso de meias de compressão pode ajudar a reduzir o inchaço e melhorar a circulação sanguínea nas áreas afetadas pelo lipedema.
– Drenagem Linfática: corresponde a uma técnica de massagem suave que pode ajudar a reduzir o inchaço e melhorar a circulação linfática. É importante que a drenagem linfática seja realizada por um terapeuta treinado e experiente.
– Exercícios físicos específicos: exercícios de baixo impacto, como natação, caminhada e exercícios aquáticos, podem ser benéficos para pessoas com lipedema. Esses exercícios contribuem para uma melhor circulação e ajudam a fortalecer os músculos e reduzir o desconforto nas regiões afetadas.
– Cuidados com a pele: pessoas com lipedema devem redobrar os cuidados com a pele, mantendo-a limpa e hidratada para prevenir infecções e outros problemas. Evitar lesões e traumas nas áreas afetadas também é importante.
– Dieta saudável: uma dieta saudável pode ajudar a manter o peso corporal e reduzir a inflamação no corpo. Neste caso, é indicada uma alimentação rica em frutas, vegetais, proteínas magras, juntamente com a ingestão adequada de água.
– Cirurgia: em casos mais graves de lipedema, a cirurgia pode ser considerada uma opção importante para alívio dos sintomas. A lipoaspiração especializada é o procedimento cirúrgico mais comum para a doença. O tratamento envolve a remoção do excesso de gordura nas regiões onde predominam a doença. O procedimento dever ser realizado por um cirurgião plástico especialista nesta área.
É importante que os pacientes com suspeita de lipedema busquem orientação médica adequada de um profissional de saúde familiarizado com essa condição para obter um diagnóstico preciso e um plano e tratamento individualizado.
Fonte: Mulher