O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender nesta segunda-feira (26) uma moeda comum entre Brasil e Argentina para o comércio internacional. Lula recebeu no Palácio Itamaraty, em Brasília, o presidente argentino Alberto Fernández, em cerimônia de celebração dos 200 anos de relações diplomáticas entre os países.
Em seu discurso, Lula disse que a integração econômica entre Brasil e Argentina gera uma interdependência. “A Argentina é o terceiro destino de nossas exportações, enquanto o Brasil é o principal mercado para os produtos argentinos. Nosso intercâmbio comercial pode superar a cifra de US$ 40 bilhões que atingimos em 2011. Construímos uma relação baseada na troca de bens de alto valor agregado e na integração produtiva de nossas economias. Nossos investimentos recíprocos são responsáveis por quase 100 mil empregos”, afirmou o presidente.
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“Precisamos avançar nessa direção com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilitem nossas trocas. Entre as opções, está a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais”, continuou.
Em visita à Argentina em janeiro, Lula já havia defendido a criação de uma moeda comum entre os países , diminuindo a dependência do dólar nas transações comerciais. A mesma solução também já foi defendida pelo presidente em reuniões com nações da América do Sul e dos Brics , grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Financiamento para exportação
Além da moeda comum entre os países, Lula também falou que o Brasil trabalha na criação de uma linha de financiamento das exportações brasileiras para a Argentina.
“Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não. Todo mundo tem a ganhar: as empresas e os trabalhadores brasileiros, e os consumidores argentinos”, declarou o presidente.
A medida havia sido apresentada a Fernández em maio, e visa incentivar que empresas brasileiras vendam para a Argentina. O crédito seria concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: Economia