O Dia Mundial da Menopausa, celebrado neste 18 de outubro, deve nos levar a uma reflexão muito mais ampla e profunda do que a simples discussão sobre os sintomas que aparecem nessa fase da vida da mulher e quais as formas de amenizá-los ou de conviver melhor com eles.
É preciso trazer para esse debate a importância de as mulheres – e a sociedade em geral, incluindo aí as organizações corporativas – aceitarem que o envelhecimento é algo natural e irreversível, sim, mas que não pode mais ser encarado como uma barreira. Ao contrário, é uma fase da vida que elas merecem desfrutar de forma plena, produtiva e saudável.
Embora a desinformação ainda seja um forte entrave, a visibilidade que o assunto vem ganhando a cada ano é algo extremamente positivo, levando um maior número de mulheres a compreender melhor as questões relativas ao envelhecimento através da busca por ajuda médica ou mesmo se abrindo ao diálogo com a família e as amigas.
Um bom parâmetro que ilustra o aumento da procura por auxílio e informação vem da nossa própria plataforma, a Plenapausa, criada para apoiar mulheres que estão entrando ou já entraram na menopausa. Nos últimos anos, mais de 7 mil usuárias passaram pela avaliação disponível no site para descobrir se estão no climatério ou menopausa e mais de um mil participaram dos nossos encontros com especialistas.
No mundo todo, estima-se que a população de mulheres que vão atingir a menopausa e a pós-menopausa até 2030 chegará a 1,2 bilhão, com um acréscimo de 47 milhões a cada ano. Esse número não tem passado despercebido pelos governos e empresas, que também vem se alinhando no sentido de buscar medidas que mantenham todo esse contingente de mulheres produtivas no mercado de trabalho.
No Reino Unido, por exemplo, foram debatidas no Parlamento propostas para dar direitos às mulheres na menopausa, sendo que em Londres as funcionárias da prefeitura já contam com licença-menopausa e espaços inclusivos de trabalho, nos quais há áreas com temperatura controlada para aliviar os sintomas de calores.
As grandes corporações, principalmente nos Estados Unidos e Europa, estão começando a pensar nisso e garantindo não só que haja espaço para falar sobre assuntos correlatos à menopausa e envelhecimento da mulher, mas que elas tenham licenças e outros benefícios relacionados a esse momento da vida.
Com isso, o poder público e as empresas esperam reduzir o alto índice de mulheres que consideram deixar ou deixam seus empregos por conta dos efeitos da menopausa, algo que chega a 20%, e evitar a perda de produtividade relacionada a esse fator, que globalmente excede U$ 150 bilhões, de acordo com a consultoria americana Frost & Sullivan.
A visão da sociedade como um todo sobre o assunto está, claramente, mudando. Mas para que essa mudança seja mais rápida e efetiva é essencial falar mais a respeito do tema. Dessa forma, as mulheres que chegam à menopausa perceberão a importância de entender os sintomas e onde esses sinais as afetam e como investir mais no autocuidado como forma de reduzi-los. Dessa forma, o amadurecimento passará a ser algo a ser celebrado por elas – e não evitado ou ocultado.
Fonte: Mulher