Bissexual, Bárbara Xavier acredita viver o melhor dos dois mundos quando transa com um casal. “Eu sempre me relacionei com casais, sempre foram maravilhosos, me trataram super bem, me deixaram super à vontade. Eu curto ambos, então, saindo com casais, a gente tem tanto o lado masculino, quanto o feminino”, conta a cuidadora, de 37 anos de idade.
A carioca teve a primeira experiência como “marmita de casal” aos 33 anos, quando ainda nem conhecia o termo. Ela conheceu a comunidade liberal antes de ter um relacionamento fechado com o pai de suas filhas, de quem hoje é separada. “Então, eu fechei, eu gostava da pessoa, mas sempre sabendo que estava faltando alguma coisa, não era 100% a Bárbara”, recorda ela, que também já fez parte de dois trisais — um relacionamento amoroso entre três pessoas.
Diferentemente de um “trisal”, ou da famosa “poligamia”, a ideia por trás da “marmita de casal” não necessariamente envolve afeto, nem significa que a terceira pessoa faça (ou venha a fazer) parte do relacionamento. Trata-se de uma expressão abrasileirada, quase que em tom de brincadeira, para o que conhecemos como “ménage à trois”.
É um nome usado por quem quer matar aquela vontade de “comer fora”, só que em dupla. “O próprio nome já diz que é só um ‘lanche’, não vai ter nenhum vínculo. É uma refeição e tchau”, explica o psicólogo e terapeuta de casais Filipe Starling. “O casal não quer correr o risco de abalar a relação, mas ao mesmo tempo, quer ter uma experiência diferente para apimentar”.
Juntos há 12 anos, o casal Marcia e Fellipe (30) decidiram se abrir para outras experiências sexuais há cinco. A iniciativa partiu do funcionário público. “De imediato, achei interessante. Um pouco assustador, mas topei conhecer”, lembra a esposa. “Mudou o nosso relacionamento, trouxe mais liberdade para a gente”, continua ela. “Principalmente, a parte de entender o que cada um tem de fantasia, de desejo…”, acrescenta Fellipe.
Como ela é bissexual e ele é hétero, os dois priorizam ficar com outros casais, prática que é conhecida como “swing” , ou com mulheres solteiras, e dizem não sentirem ciúmes, tampouco receio de que alguma das partes envolvidas se apaixone. “A gente tem essa coisa bem separada. Quando a gente vê que está indo para uma direção que não deve, a gente dá um toque um no outro. A gente fala: ‘Opa, vamos parar por aqui'”, admite Marcia.
O psicólogo Filipe Starling vê nisso tudo um cenário positivo. “De repente, elas [as pessoas] estão se tocando de que a sexualidade é delas e elas podem fazer o que elas quiserem, podem experimentar o que quiserem”, avalia o especialista.
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Fonte: Mulher