Procuradores pedem providências imediatas do governo federal para proteger os povos indígenas
Foto: MPF/Divulgação
O Ministério Público Federal (MPF) apresentará, hoje, em entrevista coletiva a situação precária do povo indígena Yanomami em Barcelos, cidade do interior do Amazonas. O evento será realizado às 10h, no auditório da sede do MPF em Manaus. A entrevista terá a participação de representantes do MPF, do Ministério Público do Estado do Amazonas, do Cartório Extrajudicial de Barcelos e de lideranças do povo Yanomami na região.
Na ocasião, serão divulgadas ações do MPF e demais órgãos em decorrência da situação de grave violação de direitos humanos envolvendo os povos indígenas na região, incluindo crianças feridas. Na ação, o MPF solicita ao governo federal e a órgãos vinculados que adotem providências imediatas para proteger o povo indígena, bem como medidas para solução dos problemas enfrentados que perduram há mais de uma década.
Violação de direitos humanos – Centenas de Yanomami estão em situação precária em Barcelos (AM) ou em deslocamento das aldeias para a cidade para resolver problemas burocráticos, como acesso a documentações e benefícios sociais e previdenciários. A situação foi agravada após tempestade ocorrida na última quarta-feira (14), que atingiu o povo indígena acampado na beira do Rio Negro e em outros locais. A chuva forte destruiu bens e alimentos escassos, além de ferir crianças. A situação caótica em todo o estado do Amazonas é fruto do descaso do governo federal e da omissão dos governos estadual e municipais há mais de dez anos e atinge também outros povos e localidades do Amazonas (e da Amazônia), como os Madiha Kulina no Rio Juruá, os Hupdah, Yuhupdeh e Nadëb no Rio Negro, os Pirahã na calha do Rio Madeira, e outros no alto Rio Solimões.
Fotos e vídeos do pânico e dos momentos de terror enfrentados pelos Yanomami, incluindo crianças, durante a tempestade na quarta-feira, vivendo sob barracas precárias no centro urbano de Barcelos por dias, semanas ou até meses, foram encaminhadas ao MPF e às autoridades. A mesma situação se repete há anos nesta região e em outras do Amazonas e da Amazônia sem a adoção das medidas necessárias pelo poder público para cessar estas graves violações.
Com informações do MPF