Mulheres precisam de flexibilidade, suporte e saúde no trabalho

Entretenimento

Além da equidade salarial: mulheres precisam de flexibilidade, suporte da liderança e saúde no trabalho
FreePik

Além da equidade salarial: mulheres precisam de flexibilidade, suporte da liderança e saúde no trabalho

Ao longo do desenvolvimento da sociedade, as mulheres enfrentaram e ainda enfrentam desafios no âmbito pessoal e profissional. Conciliar as funções do cotidiano já pode ser considerado uma batalha, ainda mais quando reconhecimento profissional e salário não são igualitários: em 2022, a diferença de remuneração entre homens e mulheres era de 22%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outro fator preocupante é a taxa de desemprego delas, que foi 53,3% maior que a deles, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2023.

“A luta feminina no ambiente de trabalho já é pauta há muitos anos. Não podemos afirmar que existe uma solução imediata, que afira uma série de questões culturais enraizadas em nossa sociedade, que, consequentemente se estendem ao mercado de trabalho”, comenta Wilma Dal Col, diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil, empresa líder global em soluções de força de trabalho.

Mas, o que de fato as empresas com um olhar atento podem fazer para amenizar os desafios das mulheres no mercado de trabalho e fortalecer a presença feminina?

O ManpowerGroup divulgou em 2022 um estudo que mergulhava nessas exatas questões, e trouxe diretrizes para apoiar empresas no fortalecimento feminino. Segundo o relatório What Women Want (at Work), 85% das trabalhadoras querem autonomia para escolher o que funciona melhor para elas, 80% querem gerentes e equipes que as apoiem, 70% querem oportunidades para desenvolver suas carreiras e 49% querem mais autonomia e flexibilidade.

“O mercado de trabalho tem trazido soluções diante da necessidade de equidade entre homens e mulheres, como salários iguais e mais representatividade. Mas deve-se olhar para além desses fatores. É necessário refletir também sobre o bem-estar dessas colaboradoras”, pontua.

A economista Claudia Goldin, que ganhou o prêmio Nobel da Economia de 2023, estuda a desigualdade de gênero desde 1980 e afirma que as mulheres optam por vagas com mais flexibilidade, em consequência das demais atribuições – por exemplo, a maternidade.

Por isso, Wilma afirma que é essencial capacitar as lideranças com enfoque em trabalhar de forma equânime e legítima com as questões que envolvem o(s) papel(is) da mulher e sua contribuição no mundo corporativo, traçando perspectivas de mulheres em cargos de alta gestão, fornecendo capacitação e mentoria.

“É comum vermos profissionais lidando com jornadas duplas e encontrando significativas dificuldades em se recolocar no mercado. Por isso, é muito importante apoiar ações de desenvolvimento, oferecer com equidade benefícios, como planejamento familiar e licença maternidade, oportunidades de desenvolvimento e movimentação profissional sempre com atenção às questões relacionadas à saúde mental, por meio de uma cultura empresarial coerente quanto a valorização e engajamento dessas profissionais”, explica.

Em paralelo, a especialista recomenda que a empresa faça uma análise do cenário atual para entender quais ações podem ser implementadas, uma vez que a complementariedade que a mulher pode trazer na composição com os homens, em cargos de liderança ou não, provavelmente favorecerá o crescimento e o fortalecimento do negócio.

Compreender com maior efetividade e equidade as colaboradoras, não só quantitativamente, mas em termos de perfil e objetivos profissionais, com certeza ajudará a compor um plano estratégico mais amplo e baseado na atual realidade do mundo corporativo, que reflete e absorve a realidade da sociedade.

Outro ponto de atenção que não deve ser negligenciado, segundo Wilma, é a conscientização sobre problemáticas no ambiente de trabalho, como o assédio, uma vez que ainda nos dias de hoje está presente em cenários diversos. De acordo com levantamento da startup de aconselhamento jurídico Forum Hub, 18,3% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, 5 pontos percentuais a mais que homens.

“É fundamental um olhar atento e minucioso, treinar lideranças sobre aspectos inegociáveis de respeito e confiança e manter uma cultura organizacional fortalecida nos pilares mencionados – confiança e respeito, para prevenir e combater cenários e situações de assédio”, complementa.

Saiba mais sobre moda, beleza e relacionamento. Confira as notícias do iG Delas!

Fonte: Mulher

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *