No mês em que se comemora o Dia da Mulher, pouco ainda se fala sobre o aumento nos golpes de relacionamento na web sofrido por elas ao longo do tempo. Além da perda financeira, os traumas e as consequências psicológicas são ainda mais difíceis de lidar. A boa notícia é que é possível identificar as tentativas antes mesmo do cupido fajuto entrar em ação.
Em tempos de digitalização, o número de cibercriminosos aumenta a cada dia. No Brasil, 4 em cada 10 brasileiras dizem já ter sofrido algum golpe de namoro virtual ou conhecem alguém que foi vítima, segundo pesquisa da organização Era Golpe, Não Amor, um hub sem fins lucrativos para suporte a mulheres vítimas de artimanhas financeiras em relacionamentos amorosos.
Embora qualquer indivíduo possa cair em ações ardilosas, pessoas mais velhas normalmente sofrem perdas financeiras mais significativas. Os golpistas normalmente se voltam às mulheres com prováveis bens a serem roubados, como fundos de pensão ou imóveis. Acredita-se que cerca de dois terços das vítimas de fraude de romance sejam mulheres na faixa dos 50 anos.
De olho nos catfishers
Os chamados catfishers se esforçam muito para disfarçarem as verdadeiras intenções, abordando os alvos com mensagens cheias de elogios. Esse tipo de criminoso tende a evitar chamadas de vídeo e pode fingir que não sabe usar determinado recurso. O motivo, claro, é para evitar o contato pessoal.
Após envolver a vítima em uma trama de mentiras e manipulação emocional, o golpista visa conseguir dinheiro. Frequentemente, alega que precisa do valor para conhecê-la e pede que a pessoa cubra vistos, voos e outras despesas de viagem.
Como se proteger?
Para passar longe dos falsos sedutores de plantão, vale se atentar a cinco dicas principais:
1. Não existe combinação perfeita
Se o match na internet tem exatamente os mesmos interesses que você, ele pode ter stalkeado a sua vida para te conquistar. Fique atenta aos detalhes, pois pessoas reais sempre vão discordar em algum momento.
2. Tenha cuidado com o que publica na web
Não compartilhe demais. Os golpistas podem usar muitas informações on-line. Nunca divulgue endereço, números de identificação, detalhes de cartão de crédito ou senhas. Além disso, certifique-se de proteger as contas pessoais com senhas fortes. A maioria das pessoas ainda usa códigos fáceis de adivinhar, como nomes, times favoritos ou simplesmente “12345”.
3. Nunca compartilhe fotos íntimas
Tenha cuidado se a pessoa começar a solicitar imagens explícitas. Esses pedidos podem se transformar em sextortion: mais à frente, o golpista pode ameaçar tornar a foto pública se não enviar dinheiro.
4. Privacidade no perfil
Em muitos golpes, o criminoso tenta iniciar um relacionamento conectando-se por meio de redes sociais. A maioria das plataformas permite definir o perfil como privado ou limita as informações que deseja mostrar. Essa simples configuração traz mais controle sobre quem pode te seguir e visualizar dados pessoais.
5. Faça perguntas
Quando uma conversa com um golpista engata, ele faz várias perguntas sobre a vítima. Isso acontece porque quanto mais souber, mais fácil será a manipulação. O criminoso também contará uma história sobre si mesmo e poderá tentar uma conversa por telefone. Esse estágio pode durar semanas, até meses. Por isso, faça perguntas também e fique atenta às respostas, pois se está contando inverdades, poderá esquecer o que disse antes. Além disso, os golpistas, às vezes, atuam em equipes, com pessoas diferentes por trás de uma mesma identidade. Então, se o indivíduo parece inconsistente, suspeite!
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Fonte: Mulher