Construir um muro para barrar imigrantes não é algo inédito no mundo, vide o exemplo do Estado Unidos , país que luta contra a imigração ilegal vinda do México . Embora tenha se mostrado ineficiente, a mesma medida passou a ser discutida por políticos europeus de extrema direita.
Em meio ao colapso social e econômico de nações fronteiriças e outras origens, políticos como o chanceler da Áustria, Karl Nehammer , e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni , fortalecem o discurso. Não por acaso, ambos são dois dos maiores representantes da extrema-direita na União Europeia.
Engrossando o coro, há ainda o expoente máximo da extrema direita: Viktor Orbán, ditador que controla a Hungria desde 2010 . O próprio já fez uma barreira no seu país e, segundo ele, o único problema do muro húngaro é que “ele não é alto demais”.
Por outro lado, políticos moderados pensam em encarar a crise humanitária e a imigração em massa de outras maneiras, todas menos drásticas do que a construção de barreiras físicas.
Isso não impediu que a União Europeia impedisse a alocação de recursos em obras do tipo, afirmou a organização na reunião geral de 11 de fevereiro passado. Nehammer defende que o muro não é um capricho, trata-se de uma necessidade.
Na outra ponta, Xavier Bettel, primeiro-ministro de Luxemburgo , questionou a medida, segundo a agência Reuters, e indagou: “queremos transformar a Europa em uma fortaleza?”.
O jornal alemão Deutsche Welle afirma que os números de pedidos de asilo na Europa passaram de 630 mil para 924 mil, levando-se em consideração os anos de 2021 e 2022.
Mesmo a receptiva Alemanha quer impor maior controle às ondas migratórias, embora não concorde explicitamente com a medida de murar a Europa ocidental. Olaf Scholz , chanceler do país, defende um controle maior. O governo facilitou as regras de deportação de criminosos como uma maneira de evitar o ingresso de imigrantes indesejados. E também analisa outras propostas de contenção.
Por mais que a proposta do financiamento do muro tenha entrado em pauta, o consenso aponta para uma direção menos drástica. Boa parte dos governos do bloco europeu concorda apenas com o aumento de guardas de fronteira e a instalação de sistemas eletrônicos de monitoramento, algo que inclui mais câmeras de vigilância.
De qualquer forma, o recrudescimento da ideia sinaliza uma aproximação dos ideais defendidos por Donald Trump , político antes ridicularizado pelo bloco. Mais parece que a ideia do ex-presidente republicano repercutiu mais do que seria esperado, afinal, a posição mais liberal da União Europeia sempre foi um grande contraste em relação ao agressivo posicionamento dos Estados Unidos trumpista.
O mais irônico é que a última reunião do Conselho da União Europeia foi marcada pela presença do líder ucraniano Volodymyr Zelenskyy . Bastou ele sair para a questão do muro voltar a ser discutida intensamente.
Fonte: IG Mundo