As últimas décadas têm mostrado uma mudança significativa nas preocupações estéticas dos jovens, especialmente entre as mulheres que fazem parte da chamada Geração Z.
Tanto é que pesquisas, como uma, realizada em 2012, mostram que apenas uma pequena parcela das mulheres norte-americanas entre 18 e 24 anos considerava importante adotar cuidados antienvelhecimento para a pele e, anos mais tarde, em 2018, uma outra, realizada pela empresa de estudos de mercado NPD Group revelou uma transformação surpreendente nesse cenário. Nela, mais de 50% desses jovens já demonstravam interesse em produtos que desafiassem os sinais do envelhecimento.
Esse aumento no interesse por cuidados excessivos com a pele entre os jovens está intrinsecamente ligado à era digital em que vivemos. Redes sociais como Instagram e TikTok tornaram-se plataformas poderosas, moldando percepções de beleza e estabelecendo padrões cada vez mais altos. Influenciadores e celebridades unem suas rotinas de cuidados com a pele, incentivando seus seguidores, especialmente os adolescentes, a adotarem hábitos de beleza e começarem a considerar produtos antienvelhecimento em idades mais jovens.
De acordo com o biomédico mineiro e mestre em Medicina Estética, Thiago Martins, apesar de toda a positividade em torno do autocuidado, essa obsessão com as rugas na juventude não está isenta de riscos.
“A pressão para alcançar padrões de beleza irreais pode levar a sérios resultados na saúde mental e física e gerar, devido à preocupação exagerada com a aparência, distúrbios alimentares, ansiedade e depressão, afetando profundamente a autoestima e o bem-estar emocional.”
Além disso, Thiago explica que o uso excessivo e prematuro de produtos antienvelhecimento traz consequências adversas, já que, produtos para peles maduras e mais velhas podem prejudicar o equilíbrio natural, causando alergias e irritações na epiderme daquelas que ainda não precisam dessas composições.
Outro ponto que merece destaque é o número alarmante de mulheres, cada vez mais novas, recorrendo a procedimentos estéticos como botox e preenchimento.
Em busca da perfeição, o especialista enfatiza que muitas dessas adolescentes se submetem a procedimentos que, apesar de temporários, não são recomendados para essa faixa etária.
“É importante que profissionais e responsáveis por esses jovens analisem se há necessidade real em realizar tal aplicação ou se é apenas uma vontade passageira e superdimensionada do paciente.”
É fundamental, segundo o profissional, que, ao mesmo tempo que celebramos a diversidade e a individualidade, também eduquemos os jovens sobre a importância do autocuidado equilibrado. “Tudo em excesso acaba trazendo mais malefícios do que benefícios”, finaliza.
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Fonte: Mulher