O chão de fábrica é delas: conheça mulheres do setor industrial

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Jéssica, primeira soldadora mulher do Grupo Vellore
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Jéssica, primeira soldadora mulher do Grupo Vellore

Foi amor à primeira vista. Assim que Jéssica Fernandes, 33, viu o pessoal da solda trabalhando na fábrica decidiu: era aquilo que ela queria fazer. A história da Jéssica é também a jornada de muitas brasileiras, que cada vez mais estão presentes no chão de fábrica. E as mulheres têm como característica a curiosidade e a busca por informações. Dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostram que nos últimos anos, houve um crescimento de 36% na matrícula de mulheres em cursos tradicionalmente masculinos. Foi assim com a Jéssica, que trabalhava como auxiliar operacional no Grupo Vellore, em Pinhais (PR). A empresa possui uma fábrica com mais de 7,5 mil m², na qual fabrica produtos para o setor de materiais de construção, ferramentas, jardinagem e materiais elétricos.

“Quando eu cheguei no setor do metal e vi a solda imediatamente achei muito interessante. Então, comecei a perguntar para os meninos como eram realizadas as atividades, na curiosidade. Depois de um tempo eles passaram a me dar dicas, até que um dia um deles perguntou se eu gostaria de concorrer a uma oportunidade na área. Falei com o meu coordenador que me incentivou a fazer o curso e em pouco tempo eu já tinha conquistado a posição”, conta ela, que virou a primeira soldadora mulher da empresa.

Segundo Jéssica, muitas pessoas ainda estranham quando ela conta que trabalha na área, e ainda é muito incomum encontrar mulheres que se aventuram. “É um universo muito masculino, e muitas mulheres nem cogitam porque é um trabalho mais pesado, mais perigoso e até mesmo mais sujo. Mas eu tenho muito orgulho, adoro contar minha profissão e desmistificá-la para as pessoas. A mulher pode estar onde ela quiser, essa é a verdade”, diz.

O incentivo do coordenador faz parte de uma política do Grupo Vellore, que no último ano viu o quadro de colaboradores praticamente dobrar e cada vez mais quer tornar não só a fábrica, mas todos os setores da empresa igualitários. “Tivemos um crescimento de 20% na busca e participação de mulheres na nossa fábrica. Mas mais que isso, temos também uma diretoria equilibrada, com muitos setores com mulheres também na liderança”, conta Claudia Figueiredo, gestora de RH do Grupo.

Do chão para o topo

No Vellore, Rosane Pereira é uma das diretoras
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No Vellore, Rosane Pereira é uma das diretoras

E não é só nas fábricas que elas estão crescendo. A presença de mulheres em cargos de liderança em empresas como o Grupo Vellore, que possui os homens como principal público-alvo, também vem ganhando destaque. A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) vem apontando o aumento na participação de mulheres em cargos de gestão na indústria. Segundo o órgão, de 2008 a 2021, a participação delas passou de 24% para 31,8%.

No Vellore, Rosane Pereira é uma das diretoras que garante que o quadro de diretoria seja equilibrado, e vê com otimismo essa nova fase. “O segmento de materiais de construção, ferramentas, jardinagem e materiais elétricos é sim formado tradicionalmente por homens. Mas quando se busca conhecimento, é possível transpor essa barreira. Afinal, dedicação e compromisso não têm gênero”, diz.

Exercendo o cargo de diretora administrativa há seis anos, Rosane fala sobre a importância de criar uma cultura de empoderamento feminino na indústria e em setores que historicamente são ocupados mais por homens. “É preciso incentivar as mulheres e mostrar que basta acreditar no seu potencial e se dedicar. Tudo é possível, e a gente percebe que as mulheres estão nesse movimento. A superação, independentemente do gênero, deve estar em se manter atualizado para as oportunidades que surgem, pois elas não te esperam, você deve esperar por elas preparada”, finaliza Rosane.

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Fonte: Mulher

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