A cantora Lexa postou recentemente, em suas redes sociais, um vídeo, no qual está chorando, falando sobre dependência emocional. Ela comentou que demorou muito tempo para identificar que passava por isso em seu relacionamento. Por muitos anos ela sonhou em ter uma ‘família margarina’, que a condicionou a perdoar e a passar por cima de tudo sempre.
“Graças a Deus hoje eu enxergo. Estou postando porque estou feliz. Eu quero que todo mundo seja feliz.”
Assim como Lexa, todos os dias, mulheres, sejam famosas ou não, passam por essa dependência emocional e muitas delas demoram anos para entenderem mais sobre o assunto ou não conseguem sair da relação com seus parceiros, gerando consequências gravíssimas à autoestima das mesmas.
Identificar esses sinais é fundamental para uma mudança de postura e nas atitudes.
Segundo a psicóloga mineira especialista em relacionamentos, Juliana Pereira, a dependência emocional é um padrão de comportamento caracterizado por uma necessidade excessiva de afeto, aprovação e atenção de outras pessoas. “Pessoas que sofrem de dependência emocional geralmente têm uma profunda necessidade de estar em uma relação, muitas vezes a qualquer custo, e têm dificuldade em manter sua própria identidade. Isso, diferente do que muita gente pensa, não é limitado apenas a relacionamentos românticos, mas também pode se manifestar em amizades, relações familiares e ambiente de trabalho.”
De acordo com a psicóloga, existem alguns sintomas que são muito comuns dessa dependência, tais como o medo de ficar sozinhas e, por isso, sentem uma necessidade constante de estar em um relacionamento para evitar a solidão.
“Ela, muitas vezes, está ligada a uma baixa autoestima e à necessidade de validação e aprovação constantes dos outros para se sentir valorizada.”
Juliana conta que pessoas com dependência emocional tendem a ter dificuldade em tomar decisões por conta própria, muitas vezes buscando uma orientação constante do parceiro, além de aceitarem ou nem perceberem comportamentos abusivos por parte dele devido ao medo de ficar sozinha ou de perder o relacionamento.
“É algo complexo e que pode variar em grau de intensidade.”
Interromper o ciclo da dependência emocional pode ser desafiador, mas é possível com esforço, conscientização e, em muitos casos, apoio profissional.
Para tal, Juliana dá algumas dicas que podem ser úteis.
Reconhecimento e Aceitação: reconhecer que está em um padrão de dependência emocional é o primeiro passo para promover mudanças.
Autoconhecimento: é fundamental entender suas próprias necessidades, desejos e limites. “Identificar padrões de comportamento que estimulam a dependência emocional é importante e, para isso, vale se informar sobre o tema. Quanto mais a mulher lê a respeito da dependência emocional, mais consegue identificar em si esse tipo de comportamento.”
Estabelecimento de Limites: Quanto mais informações, melhor e mais se aprende sobre estabelecer limites de segurança, inclusive, saber dizer “não” quando necessário e definir o que é aceitável ou não em um relacionamento.
Foco em Autonomia: Desenvolva sua própria identidade fora do relacionamento e envolva-se em atividades que lhe tragam satisfação e construa sua autoestima.
“Muitas vezes, as mulheres que estão nesse tipo de relação não se reconhecem mais e muito menos entendem o que já gostaram um dia. Permita-se dar seu passo a passo com calma e muito autocuidado. Pegue leve com você.”
Busca de Apoio Profissional e rede de apoio: Considere procurar a ajuda de um terapeuta ou conselheiro. A terapia pode fornecer um ambiente seguro para explorar padrões de relacionamento e desenvolver estratégias para mudança.
“Estabeleça relações saudáveis com amigos e familiares que possam oferecer suporte emocional.”
Aprenda a expressar suas necessidades, pensamentos e sentimentos de maneira assertiva e avalie objetivamente o relacionamento.
“Melhorar a comunicação pode reduzir a dependência emocional. Faça uma análise objetiva sobre o relacionamento, sendo honesta com você mesma sobre ele ser saudável, respeitoso e contribuir para o seu bem-estar emocional. Caso não seja, procure ajuda para, de alguma forma, conseguir sair dele.”
Fonte: Mulher