Pacientes não conseguem se deslocar para abrigos, diz médico em Israel

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O brasileiro Victor Bilman e paciente se abrigando nas escadas de hospital em Tel Aviv
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação

O brasileiro Victor Bilman e paciente se abrigando nas escadas de hospital em Tel Aviv

Pacientes acamados em hospitais em Israel não conseguem chegar aos abrigos antiaéreos a tempo, dependendo unicamente da defesa do sistema antimísseis de Israel, o Domo de Ferro. É o que aponta o médico Victor Bilman, cirurgião cardiovascular que trabalha no Hospital Ichilov, instituição central em Tel Aviv. Brasileiro, ele trabalha em Israel há dois anos, e comenta que desde o início do ataque do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, a unidade de saúde recebeu mais de 300 feridos, entre soldados e frequentadores da festa rave onde ocorreu o massacre. Outras vítimas que não puderam ser transferidas para Tel Aviv estão sendo atendidas em hospitais ao Sul de Israel, mais próximos de Gaza, de acordo com o médico.

Na segunda (16), os médicos e pacientes em condições de se deslocarem tiveram que se dirigir três vezes para abrigos antiaéreos devido a ataques de mísseis do Hamas. As pessoas são alertadas por sirenes, e têm dois minutos para se deslocarem a um local seguro. “É uma situação muito angustiante, porque precisamos seguir esses protocolos, e como médicos buscamos auxiliar o maior número de pacientes a chegarem aos abrigos. Porém, existem pacientes acamados que não conseguem se dirigir ao abrigo a tempo, e estes ficam inteiramente dependentes da proteção do Domo de Ferro, que precisa neutralizar os foguetes”, conta o profissional.

“Na segunda-feira, a sirene tocou quando estava conversando com um paciente na maca sobre a cirurgia à qual ele seria submetido posteriormente. O que fazer? Precisamos nos proteger, porque, de acordo com o protocolo do hospital, caso ocorra alguma catástrofe, os médicos precisam estar vivos para prestar atendimento às vítimas, mas é muito angustiante deixar os pacientes desprotegidos dessa forma. Não temos tempo de auxiliar esses pacientes que não conseguem se deslocar”.

O hospital onde Victor trabalha está pronto para receber até 500 pacientes de uma vez só. Entre os protocolos e orientações, consta que, caso aconteça alguma catástrofe ainda maior, a instituição precisa se transformar em um hospital de campanha. Além disso, já está ativa a ala subterrânea do hospital, que serve como abrigo antiaéreo e anti-foguetes, e alguns pacientes já foram encaminhados para lá. Desde que a guerra começou, mais de 6 mil foguetes foram lançados contra Israel pelo Hamas.

O cirurgião explica que, na enfermaria onde atua, existem pacientes árabes, muçulmanos, cristãos e judeus, e seu chefe e alguns colegas também são árabes. “O sistema de saúde israelense é universal, igualitário, atende todos os cidadãos israelenses, independentemente de religião ou raça. O sistema também extrapola os limites do estado de Israel e atende pacientes vindos da Faixa de Gaza. Atualmente, temos três pacientes palestinos da Faixa de Gaza no hospital, que já estavam em tratamento aqui antes”, ressalta.

De acordo com o Ministério da Saúde de Israel, 351 das pessoas que foram feridas desde o ataque do Hamas a partir de Gaza, em 7 de outubro, ainda estão hospitalizadas, sendo que 89 estão em estado grave, 181 em estado moderado e 81 em bom estado. No total, pelo menos 3.968 feridos foram levados a hospitais em todo o país desde o início do conflito.

*Texto produzido pela StandWithUs Brasil , instituição educacional sobre Israel sem fins lucrativos, com sede em Los Angeles (EUA) e presente em Canadá, Israel, Reino Unido e Brasil.

Fonte: Internacional

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