David Lett tem dois empregos. De dia, ele é um padre católico. De noite, drag queen. E garante que, ao contrário do que possamos pensar, as duas na verdade poderiam ser bastantes semelhantes.
Ou, pelo menos, é o que garantiu o padre ao Washington Blade. Comentando sobre Lena Lett, personagem que assume em apresentações noturnas.
“Para ser uma drag queen, você precisa ter confiança e saber se colocar na frente das pessoas. Às vezes você faz papel de bobo, mas você transporta [o público] para um lugar diferente. Um padre faz quase a mesma coisa, mas não há tanta bebida.”
Continuando a comparação, Lett construiu as semelhanças entre ser padre e ser Drag Queen:
“Você tira as pessoas de onde estão, esperançosamente, para transcender para um lugar melhor. Os princípios básicos dos papéis são idênticos, mas a forma como eles são executados é completamente diferente.”
Conheça o padre que é drag queen, David Lett
Lett nasceu nos Estados Unidos e foi criado como católico romano de maneira bastante tradicional. Logo que saiu do colégio, assumiu uma profissão religiosa.
Na faculdade, estudou filosofia e teologia e foi à Roma para aprofundar os conhecimentos. Logo antes de terminar os votos, porém, teve dúvidas.
David Lett é padre abertamente gay, além de drag queen
Um dos maiores medos que Lett teve ao encaminhar-se para os votos da igreja romana foi o fato de ser gay. Isso o fez pensar duas vezes:
“Estava chegando a um ponto, e sei que parece loucura, mas estava perto o suficiente para que você quase pudesse sentir o gosto e… Estava começando a me afetar. Eu sabia em meu coração que não poderia estar diante de Deus e fazer essas promessas se não achasse que poderia cumpri-las.”
Em vez dos votos, resolveu fazer trabalho voluntário na Cruz Vermelha e trabalhou em cinema. Então, há 18 anos, nasceu Lena Lett, a personagem drag queen.
Nesse período, resolveu dedicar-se à igreja North American Old Catholic Church – grupo liberal e progressista. Por lá, não viu problemas com o estilo de vida.
Em dezembro de 2011, assumiu os votos desta igreja, que entre outras, não exige celibato de padres e aceita colaboradores não-heterossexuais. E drag queens!
Fonte: Internacional