Em meio ao alerta de epidemia de dengue em todo o país, alguns grupos não podem receber as novas vacinas disponíveis, como os idosos, crianças de até três anos, pacientes com imunidade comprometida e grávidas e lactantes. Nos casos relacionados à gestação, o impedimento está relacionado ao uso do vírus vivos atenuado na composição dos dois imunizantes contra a doença disponíveis no Brasil, que circulam no sangue por algumas semanas depois de sua aplicação e não devem estar em contato com o organismo durante ou logo após a gravidez.
De acordo com Nathália Velasco, infectologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, entre os possíveis riscos que podem ocorrer em relação à doença, principalmente no início e no final da gestação, são relacionados à queda do número de plaquetas. Ela pode elevar a chance de abortamento no primeiro trimestre de gravidez e de hemorragia pós-parto no terceiro trimestre.
“Sintomas como febre, dor de cabeça, dor abdominal contínua, vômitos persistentes, desmaios e sinais de hemorragia (manchas roxas no corpo e sangramento na boca ou nas mucosas) são alertas para procurar um serviço de emergência. Esses sinais podem surgir quando a febre diminui ou desaparece, o que pode gerar uma falsa sensação de melhora. A automedicação em casa é desaconselhada e pode ser grave, já que os analgésicos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS) podem aumentar o risco de hemorragias”, explica a médica.
Principais medidas de prevenção incluem uso de repelentes e barreiras físicas
Além do combate ao Aedes aegypti por meio, principalmente, da eliminação do acúmulo de água parada, os repelentes tópicos são essenciais. Os repelentes que contêm Icaridina são os mais recomendados pelas especialistas, já que podem durar de cinco a doze horas e estão liberados para uso a partir de três meses de vida, dependendo da concentração indicada no rótulo. Apesar da falta de estudos específicos, todos esses repelentes são considerados seguros para gestantes e lactantes, desde que devidamente registrados pela Anvisa e utilizados de acordo com as instruções do produto.
Embora os produtos à base da substância DEET sejam os mais comuns, não são recomendados para bebês de 6 meses a 2 anos por causa de sua curta duração na pele, o que não está alinhado com a necessidade de aplicação única por dia nessa faixa etária e pela concentração mais baixa, de 10%. Crianças de 2 a 12 anos podem fazer até três aplicações diárias dessa concentração, enquanto adolescentes e adultos podem usar concentrações de até 75%, sendo 35% suficiente na maioria dos casos. Também são eficientes os repelentes com a substância IR 3535, que estão liberados para crianças acima dos seis meses e oferecem duração de quatro a oito horas, mas podem causar irritações leves em pessoas sensíveis.
Quem tem problemas de pele, alergias ou crianças menores de três meses de vida podem recorrer às barreiras físicas, como roupas que cubram a maior parte do corpo e com aplicação de repelente sobre elas, se possível. Outras dicas valiosas são telar janelas e portas, colocar mosquiteiro em camas e berços e climatizar os ambientes com ventilador ou ar-condicionado sempre que possível. É relevante destacar que não há medicamentos orais aprovados para repelir insetos, então vitaminas do complexo B, como a tiamina, não são recomendadas para esse fim.
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Fonte: Mulher