O partido Conservador pode deixar o comando do Reino Unido após 14 anos no poder. É o que indica a primeira pesquisa realizada após o primeiro-ministro Rishi Sunak anunciar, na última quarta-feira (22), que o pleito seria antecipado para julho. Anteriormente, ele estava marcado para janeiro de 2025.
O levantamento, realizado pela empresa de pesquisas More in Common, indica uma grande derrota para os conservadores, que marcam 37% das intenções de voto – cerca de 17 pontos percentuais atrás do Partido Trabalhista, da oposição, que tem 44%.
O resultado da pesquisa da More in Common vem ao encontro do levantamento da emissora britânica BBC, que indica vitória dos trabalhistas com 45% dos votos, ante 23% dos conservadores.
Caso Sunak não seja reeleito, o partido Conservador deixará o poder britânico após 14 anos e cinco primeiro-ministros. Quem deve assumir seu lugar é Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista.
Decisão calculada
Apesar do desempenho ruim nas pesquisas eleitorais, a decisão de Sunak pela antecipação do pleito pode ser explicada pela recente baixa na inflação, que atingiu 2,3% – seu menor nível em quase três anos – no mês de abril.
Dessa forma, segundo o jornal inglês The Guardian, mesmo que o anúncio tenha sido feito em um momento arriscado, com os conservadores na berlinda, trata-se também de uma medida para aproveitar o ‘respiro econômico’, que poderia ajudar na manutenção do partido no poder.
Tanto que, em vários momentos do seu discurso, Sunak salientou o cenário positivo na economia do país, mesmo após um período conturbado como o fim da pandemia.
“Nos últimos cinco anos, nosso país passou pelo momento mais desafiador desde a Segunda Guerra Mundial”, disse Sunak. “Nunca deixaria este país na sombra, e vocês viram isso. Nossa economia está caminhando mais rápido que qualquer pessoa tenha previsto”.
Brexit pode ter impulsionado derrota conservadora
A saída do Reino Unido da União Europeia é apontada como um dos motivos para a derrota conservadora. O país deixou de ser um Estado-Membro em 2020, após um plebiscito realizado em 2016. O argumento, na época, era de que a UE prejudicava a soberania dos países do Reino Unido.
Por exemplo, a inflação, que antes não costumava passar de 2%, começou a subir a partir de 2021 e chegou a atingir 11,1% em outubro de 2022. Outra taxa que sofreu um grande aumento foi a de desemprego, que saltou de 3% a 5,1% em dezembro de 2020.
Mesmo com a melhora recente nos índices econômicos, a situação tende a piorar no Reino Unido nos próximos meses, especialmente com as novas regras do Brexit para importação.
Como o Reino Unido depende da UE para o abastecimento de frutas e legumes, as novas regras que determinam a inspeção e a taxação pesada de determinados produtos podem significar mais dificuldades e redução do poder de compra para os consumidores nos próximos meses.
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Fonte: Internacional