Em outubro de 2022, a vida da família de Samuel Godoi mudou para sempre. Com apenas dois anos e onze meses, Samuel foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda (LLA) do tipo T, um subtipo raro e agressivo da doença. Deliane Silva Reis, mãe de Samuel e personal trainer de Taguatinga Norte, Distrito Federal, se viu diante de um dos maiores desafios que uma mãe pode enfrentar. Foram mais de 270 sessões de quimioterapia, tratamentos intensivos e incontáveis noites sem dormir, sempre com a esperança de um milagre.
Antes mesmo de qualquer sintoma aparecer, Samuel já demonstrava uma espiritualidade que impressionava a todos. “Um dia, ele acordou durante a madrugada e me disse: ‘Mamãe, você tem que me levar ao médico porque eu vou morar com o Papai do Céu’. Eu não levei a sério e disse para ele voltar a dormir”, lembra Deliane. Poucas semanas depois, Samuel começou a apresentar sinais preocupantes: apatia, dores nas pernas, barriga inchada, cansaço excessivo, perda de apetite e manchas roxas pelo corpo.
Após várias idas ao pediatra e diagnósticos errados que apontavam apenas uma virose, Deliane decidiu fazer um raio-X por conta própria. Foi então que descobriram uma grande massa tumoral no pulmão de Samuel. O diagnóstico de leucemia veio como um choque, mas Deliane e sua família se apegaram à fé e ao amor para enfrentar os próximos desafios.
A Batalha
Internado no Hospital da Criança de Brasília, Samuel passou por mais de 270 sessões de quimioterapia. Apesar do sofrimento, ele nunca perdeu a alegria e a esperança. Deliane sempre tentava transformar os momentos difíceis em algo positivo. “Eu dizia que as medicações e as transfusões de sangue eram ‘superpoderes de heróis’. Nos divertíamos no hospital, fazendo da desgraça uma grande graça”, conta.
A força de Samuel não se limitava a si mesmo; ele também se preocupava profundamente com os outros pacientes. Sempre que orava, pedia pela cura de seus amigos no hospital. “Ele estava sempre preocupado com as outras crianças, mas nunca com ele”, relembra Deliane.
Em um dos relatos do pequeno Samuel de ter ido ao céu e se encontrado com Jesus. “Do nada eu voei, porque o papai do céu me deu asinhas de voar. Voltei pq Jesus tinha que curar outras pessoas”.
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Em fevereiro de 2024, após um período de melhora, Samuel sofreu uma recidiva, e o câncer voltou de forma ainda mais agressiva, transformando-se em leucemia mieloide aguda (LMA). Com essa nova mutação, as chances de cura diminuíram drasticamente. Os médicos propuseram novos tratamentos quimioterápicos, mas deixaram claro que eles apenas prolongariam a vida de Samuel, sem oferecer a cura.
“Foi um ano e oito meses de tratamento. Ele fez todos os protocolos e, até então, estava tudo certo. Fazia sete meses que ele estava com a medula ‘zerada’, limpinha, durante o tratamento. Até que, em fevereiro, ele acordou na madrugada mais uma vez, foi até o meu quarto, falou que não estava bem e que eu precisava levá-lo ao hospital. Fomos imediatamente. Chegando lá, Samuel foi levado com urgência para a UTI, pois já estava em um quadro grave. Com Samuel, era tudo muito rápido, quando ele falava algo, já tinha que correr. Essa foi a primeira vez que ele foi entubado. Quando olhei para ele de novo, já notei que as glândulas estavam inchadas novamente. Ali, soube que se tratava de uma recidiva (quando o câncer retorna), sabia que a doença havia voltado.
Os médicos, então, nos procuraram e disseram: ‘Olha, mãe, Samuel tinha LLA do tipo T, ela não apareceu nos exames porque sofreu uma mutação para uma leucemia mieloide aguda (LMA), o tipo mais comum e mais agressivo da doença. Então, foi iniciado um novo protocolo para esse tratamento, diferente do primeiro — e ele fez por completo. Mas, infelizmente, a medula dele não zerava, e não zerou mais. Com isso, as nossas esperanças de fazer o transplante de medula óssea (TMO) desapareceram”, relatou emocionada.
Foi então que Deliane tomou a decisão mais difícil de sua vida: interromper o tratamento para que Samuel pudesse viver seus últimos dias sem dor e em casa, junto à família. “Decidimos dar ‘vida’ para os dias que ele ainda teria. Eu pedi para que o tratamento fosse interrompido. A médica chorou, disse que não estava preparada para perder o Samuel, porque gostava muito dele”, relata Deliane.
A Despedida
A despedida de Samuel foi marcada por um misto de dor e esperança. Em seus últimos momentos, ele expressou medo de morrer pela primeira vez. Deliane, com todo o amor de mãe, o confortou: “Filho, não tenha medo. As pessoas não morrem, elas vão morar em outro lugar, elas vão morar no Céu”.
Durante sua batalha contra o câncer, Samuel muitas vezes compartilhou com sua mãe e os amigos do hospital que tinha sonhos nos quais conhecia o céu e falava com Jesus. Ele descrevia o céu como um lugar de paz e alegria, onde não havia dor. Em um dos momentos mais marcantes, Samuel disse à sua mãe que Jesus já o havia curado e que ele estava pronto para voar para o céu.
Samuel relatando outro momento que esteve no céu. “A nuvem era tão macia que nem precisava usar chinelo”
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Mesmo em seus momentos mais difíceis, Samuel demonstrava uma fé inabalável. Em uma ocasião, após uma cirurgia de urgência que o deixou com uma bolsa de colostomia, ele chamou sua mãe para orar. Quando Deliane começou a pedir pela cura de Samuel, ele a interrompeu e disse: “Mamãe, Jesus já me curou. Vamos orar para Ele curar você”.
“Eu entendi, naquele momento, que era o meu coração que precisava de cura, porque eu não estava pronta para viver e continuar sem o meu filho”, relatou Deliane.
Pouco antes de partir, Samuel teve um acesso no peito que vazou, deixando uma mancha de sangue em forma de coração. Ao ver isso, Samuel disse à sua mãe: “É uma gotinha de amor, mamãe.” Esse momento simbólico ficou marcado na memória de Deliane, representando o amor e a fé que seu filho carregava até os últimos momentos.
Na madrugada do dia 15 de maio de 2024, Samuel partiu serenamente, com um sorriso no rosto e a certeza de que estaria em um lugar melhor.
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Transformando a dor em esperança – Projeto “Capitão Fralda e o Portal da Felicidade”
Agora, a família de Samuel deseja transformar essa história de luta e fé em um filme de média-metragem, intitulado “Capitão Fralda e o Portal da Felicidade”, que dará origem a uma série de oito episódios. O objetivo é inspirar outras famílias que enfrentam batalhas semelhantes contra o câncer ou outras doenças graves, além de incentivar a doação de sangue e de medula óssea.
O filme não terá conotação religiosa, sua missão é servir de alento e encorajamento para as famílias, mostrando que mesmo nos momentos mais difíceis, é possível encontrar força e esperança.
Para que a série se torne realidade, é necessário produzir primeiro um média-metragem de 45 minutos, que servirá como base para a narrativa e ajudará na arrecadação de fundos. A produção deste média-metragem é crucial, pois permitirá atrair investidores e patrocinadores, garantindo a viabilidade do projeto completo.
Samuel fazia campanha para doação de medula
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Como Ajudar
Para realizar o projeto, a família precisa arrecadar R$ 255.588,00, que serão utilizados para a produção do média-metragem. A partir desse piloto, será possível buscar financiamento pela Lei Rouanet para a produção da série completa.
Estão sendo realizadas rifas e vaquinhas, além disso, a família está em busca de patrocinadores que possam contribuir com cotas de patrocínio, para que consigam o valor necessário.
Para mais informações sobre como ajudar e participar desse projeto entre em contato com a família de Samuel.
Instagram da mãe de Samuel – @dani.reiis.massoterapeuta
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Fonte: Nacional