“Não é a barbaridade que vai ficar”, diz Zélia Duncan sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A cantora é uma das narradoras da áudio série “Marielle Franco: Uma Biografia”, que estreia hoje (30) na plataforma Storytel.
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Os tiros que mataram a vereadora em 14 de março de 2018 interromperam, de maneira precoce, uma vida inteira dedicada à luta pelos direitos humanos. Cinco anos sem respostas… Quem mandou matar Marielle e Anderson?
“Marielle Franco: Uma Biografia” foi construída a partir de depoimentos inéditos da família, amigos, professores, colegas de trabalho e da própria Marielle Franco, a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro em 2016.
Escrita pela jornalista Audrey Furlaneto, a áudio série tem narração de Zélia Duncan, Dira Paes, Gabriela Loran e Verônica Bonfim. Os assinantes da plataforma poderão escolher uma das quatro narrações disponíveis ou mesclar os episódios para ouvir em todas as vozes.
São dez episódios que narram a jornada de uma menina de família paraibana, que nasceu e cresceu no Complexo da Maré (RJ), foi dançarina de funk, catequista, estudante de cursinho pré-vestibular e, aos 19 anos, tornou-se mãe. Conciliou a maternidade com a faculdade de Ciências Sociais na PUC-RJ, ajudou a cuidar da irmã, apaixonou-se por Monica Benicio e tomou para si a defesa das mulheres, dos negros e da população LBGTQIA+.
Marielle, presente!
Enquanto as narrativas da grande imprensa em geral se voltaram para as investigações do crime, que permanece sem solução, a biografia mergulha na história da Marielle filha de Marinete, neta de Filomena, irmã de Anielle e companheira de Monica. A Marielle, como ela mesma dizia, “mulher, negra, mãe e cria da favela”.
“Eu tentei muito trazer essa heroína que é a mulher brasileira, que está aí todos os dias, pegando ônibus e indo trabalhar em casa de família, para voltar e ter que cuidar dos filhos que ficaram com a vizinha… Que essas mulheres possam escutar e pensar: ‘Poxa, eu também sou uma Marielle'”, comenta a autora, Audrey Furlaneto.
Para a narradora Dira Paes, “Marielle representava todas as mulheres e era todas elas numa só”. Mas se outrora o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes varreu a esperança, hoje a sensação de impotência dá espaço ao anseio por continuar seu legado e à sede por Justiça. “Marielle deixou sementinhas plantadas, e essas sementinhas estão florescendo”, afirma a atriz Gabriela Loran.
“A gente não pode se acomodar. Faz parte do nosso trabalho também cobrar todos os dias, com a mesma intensidade do dia em que aconteceu”, completa. “A gente deve isso à Marielle. A gente deve a ela não deixar seu legado morrer, não deixar se esvaírem todas as pautas que ela defendia”, finaliza Verônica Bonfim.
Fonte: Mulher