A recente eleição na Argentina, com a vitória do ultra-liberal Javier Milei, trouxe consigo uma mensagem clara: a direita está ganhando terreno na América Latina. Diante desse cenário, é crucial que líderes de esquerda, como Lula, reavaliem suas posturas e busquem se reinventar para se manterem relevantes na região e no mundo.
Após a amarga derrota na Argentina, onde Lula se envolveu intensamente na campanha do peronista Sergio Massa, inclusive fornecendo financiamento oficial e enviando seus marketeiros para o país vizinho, é importante observar o que está por vir nas eleições do Chile, Peru e Venezuela.
Vmos tratar por hora apenas sobre a Venezuela. Na República Chavista, comandada com mãos de ferro por Nicolas Maduro, Lula já perdeu, independentemente do resultado das eleições. Se Maduro tentar se reeleger e vencer, isso será, muito provavelmente, resultado de fraudes ou manipulações. E isso nós saberemos pelos observadores internacionais que lá estiverem para assistirem o pleito.
Nass últimas eleições onde veceu Maduro, não houve lisura nem durante a campanha, nem no dia da eleição. É fato. Nesse contexto, Lula não terá como defender a tal “democracia relativa” que existiria por lá, e manter um discurso de defensor da democracia por cá e pelo mundo. Por outro lado, se a oposição vencer, Lula também perderá, pois sempre defendeu abertamente o chavismo venezuelano.
Nesse sentido, talvez seja mais prudente para Lula convencer Maduro a não concorrer e buscar um novo nome que represente a “renovação e o avanço das conquistas do chavismo”, caso elas realmente existam. Assim poderá vislumbrar um estrago menor ou menos pior para si.
Além disso, seria importante rever a perspectiva da esquerda trabalhista, que chegou ao poder por meio de sindicatos hoje anacrônicos e tenta se manter no comando utilizando a pobreza como “capital ativo” de sua política, em vez de buscar superá-la economicamente e socialmente. Nada contra as políticas sociais, mas elas tem que caminhar na direção das conquistas econômicas e não à reboque.
No entanto, ao nomear e manter um ministro como Luiz Marinho no Ministério do Trabalho, que aposta no fortalecimento sindical como estratégia de poder, torna difícil acreditar em uma reinvenção do líder Lula, que já governou o Brasil por duas vezes em conjuntura totalmete diferente. A ficha do petista precisa cair e ele encarar a vida como éla é. Começando por entender que hoje está no poder, não apenas pelas suas qualidades e história, mas muito mais pela incompetência política do seu adversário nas últimas eleições (Bolsonaro) que se esmerou em criar arestas políticas e institucionais durante seu governo, ao invés de apara-lás, como um estadista.
Ah! Sobre o Chile e no Peru, falamos depois.
Diante dessa nova relação de forças entre a esquerda e a direita na América Latina, é fundamental que líderes como Lula repensem suas estratégias e busquem formas de se adaptar a esse novo contexto político regional e mundial, caso queiram se manter relevantes e influentes. A capacidade de se reinventar e se adaptar é crucial para qualquer líder político, independentemente de sua posição no espectro ideológico.
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