Juliano Costa (@julianofmcosta), músico, escritor, marceneiro e fumante paulistano, debruçou-se sob um diário para relatar sua rotina enquanto registrava os primeiros dias de uma vida sem nicotina. Durante o processo, se encontrou mais empenhado em sua escrita que na tentativa de deixar o cigarro. Ao longo das páginas e dos dias, a dúvida nasceu: escrever para parar de fumar ou fumar para continuar escrevendo? Daí surgiu o seu primeiro livro, “Fumo” (Editora Patuá, 120 páginas). Escrito como um romance em forma de diário, a obra tem como principal tema a relação do personagem com o ato de fumar e o domínio exercido por esse objeto sedutor na vida do fumante, desdobrando-se também em assuntos como amizades, trabalho, rotina e sonhos.
Mesmo fictício e propositalmente fantástico, o livro tem passagens familiares a todos que já tiveram um cigarrinho como companhia. O diário acompanha o protagonista ao longo de 30 dias. Nesse mês, ele registra suas agonias e pirações a partir do dia em que decidiu parar de fumar. O herói, assim como seu criador, se encontra fascinado por conversar com o diário a respeito do cigarro e passa a questionar a escolha de rejeitar o vício. Sem conseguir se livrar da sombra projetada pela falta de nicotina, passa a enxergar cigarros todos os segundos de seu dia. Ele sonha acordado e traz à tona recordações de momentos pitorescos que sempre envolvem o tabaco enrolado num papel com filtro. De preferência, um Marlboro Vermelho, favorito do personagem.
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