O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (4) que manterá o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, mesmo após uma série de denúncias de casos de abusos de policiais militares paulistas.
Na chegada à Câmara dos Deputados, em Brasília, para receber uma condecoração por contribuições aos trabalhos legislativos, ele foi questionado sobre a violência da Polícia Militar e se recusou reiteradamente a responder.
Perguntado se substituiria Derrite, ele disse que não. “Olha os números, você vai ver que [ele] está fazendo um bom trabalho”, disse.
“Aquele que atira pelas costas, que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve” – Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
Um dos crimes resultou na morte de um jovem negro baleado pelas costas por um PM à paisana, no início de novembro, na saída de um mercado na capital paulista. O outro, com um homem sendo jogado de uma ponte por um policial na no bairro Cidade Ademar, na zona sul da capital.
O Ministério Público de São Paulo classificou os casos como “estarrecedores” e “inadmissíveis”, em nota publicada na manhã desta terça-feira (3). A nota é assinada pelo procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira Costa.
“Estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis! Não há outra forma de classificar as imagens do momento no qual um policial militar atira um homem do alto de uma ponte, nesta segunda-feira. Pelo registro divulgado pela imprensa, fica evidente que o suspeito já estava dominado pelos agentes de segurança, que tinham o dever funcional de conduzi-lo, intacto, a um distrito policial para que a ocorrência fosse lavrada. Somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles.” – Ministério Público, em nota
FONTE: FOLHA DE S.PAULO e UOL