O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acumulou um grande acervo pessoal durante a passagem pela Presidência da República entre 2019 e 2022. Ele colecionou 19.470 itens nos últimos quatro anos, segundo um relatório disponibilizado pela Lei de Acesso à Informação (LAI).
O acervo é dividido em quatro categorias, são elas:
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Bibliográfico – 3.448 peças nos últimos quatro anos, que são jornais, revistas e livros.
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Audiovisual – 5.806 gravações, filmes, documentários e tudo do gênero
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Alimentos – 1.113 recebidos de comida, bens de consumo perecíveis e quitutes, por exemplo.
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Museológico – 9.103 de joias, esculturas, roupas e etc.
Detalhando a categoria do museológico, Bolsonaro recebeu muitas camisetas e até uma estátua de madeira, que ficou Palácio do Planalto até dezembro do ano passado.
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CAMISETAS: 1.453
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BONÉS: 618
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CAMISAS DE FUTEBOL: 444
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CANECAS: 372
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ESCULTURAS: 282
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MÁSCARA DE PROTEÇÃO: 245
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CAMISAS POLO: 242
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BANDEIRA: 188
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QUADRO: 184
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CHAPÉU: 178
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CHAVEIRO: 168
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CANETA: 163
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TERÇO: 160
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GRAVATA: 104
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IMAGEM DEVOCIONAL: 100
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CALENDÁRIO: 91
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PLACA: 89
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MOEDA: 86
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CAMISA SOCIAL: 79
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MEDALHA: 78
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FACAS: 74
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COLARES: 54
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RELÓGIOS: 44
A maioria dos presentes foram entregues por empresas, autoridades nacionais e estrangeiras e entidades religiosas. O acervo pessoal de Bolsonaro foi retirado dos palácios da Alvorada e do Planalto na mudança em dezembro. Parte ainda está guardada em um galpão de Brasília.
Joias
O ex-presidente tem presentes da Arábia Saudita em seu acervo. Os acessórios são parte de um estojo com relógio, caneta, abotoaduras, um tipo de rosário e anel da marca de luxo suíça Chopard.
Já as joias que valem R$ 16,5 milhões e seriam destinadas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não chegaram a ser incluídos no acervo pessoal do presidente, pelo fato dos itens terem sido apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).
Entenda o caso
Segundo uma reportagem de “O Estado de S. Paulo” , um primeiro pacote de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões, foram entregues pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, que visitou o país árabe em outubro de 2021. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.
Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque , então ministro de Minas e Energia.
Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes , entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.
Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
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Fonte: IG Política