A modelo Yasmin Brunet, que está confinada no BBB 24, disse que voltou a ter compulsão alimentar depois que entrou no reality show da Globo. Ela também já havia revelado que estava sentindo abstinência do vape, o cigarro eletrônico. O psicólogo Alexander Bez analisa a situação e diz que quando se depara com comportamentos repetitivos e padronizados é crucial considerar duas perspectivas.
Primeiramente, a substância ilícita, que pode levar ao vício, como é o caso de substâncias como cigarro e álcool. Vale ressaltar que a bebida, por ser um alimento, desempenha também essa função. O vinho, por exemplo, é considerado um alimento sagrado, embora contenha álcool. A compulsão, por outro lado, não envolve uma substância química, sendo também um padrão repetitivo. Com exceção do chocolate, que não é considerado viciante, nenhuma outra comida causa dependência. O álcool, por sua natureza viciante, é uma exceção, sendo comparado ao chocolate como uma das primeiras substâncias que pode levar ao vício.
“O desafio tanto das compulsões quanto dos vícios reside na possibilidade de coexistirem simultaneamente. Alguém pode, por exemplo, estar viciado em vape e ainda aderir à compulsão alimentar. É possível também migrar de um vício, como o vape, para outra forma de compulsão, enquanto a mudança de drogas é mais difícil”, explica.
Bez alerta que, ao contrário do cigarro, que não provoca alucinações ou psicoses, o vape possui substâncias cujos efeitos são desconhecidos. Portanto, é vital ressaltar essa distinção. Enquanto o cigarro não está diretamente relacionado a mortes ou suicídios, outras substâncias como maconha e cocaína estão.
“A migração para a compulsão alimentar pode ser vista como uma forma de compensação emocional e uma alternativa ao vape. As compulsões, tanto alimentares quanto vícios, podem coexistir e ser acumulativas, criando um ciclo difícil de romper”, analisa o psicólogo.
“Quando se abandona uma compulsão ou vício, como o vape ou cigarro, pode-se facilmente migrar para outras formas de compensação, exacerbando ainda mais as lacunas emocionais. Assim, a atitude da pessoa em questão pode ser compreendida como uma resposta a essa necessidade de compensação”, diz.
É importante destacar que as compulsões não precisam ser abandonadas para que outras surjam; elas podem ser acumulativas e transferíveis. “A pessoa está, de certa forma, transferindo um padrão repetitivo de vício para um comportamento compulsivo, substituindo o vape pela compulsão alimentar.”
Por fim, destaca Bez, “é relevante observar que os padrões repetitivos são principalmente causados por ansiedade e estresse externo. Todas as compulsões, sem exceção, têm origem em transtornos de ansiedade e estresse externo. Ao enfrentar essas condições, a pessoa torna-se mais suscetível a adquirir compulsões, sendo a alimentação uma opção frequentemente mais acessível”.
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Fonte: Mulher